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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

AS AVENTURAS DE DIANNA QUIXOTINNA VALENTE DOS MIL NOMES BRASILEIROS


AS AVENTURAS DE DIANNA QUIXOTINNA VALENTE DOS MIL NOMES BRASILEIROS


NEUZA MACHADO


Antes De Começar,
Para, Com Muita Garra!, Contar
As Aventuras-Gincanas
Da Dianna Valentina
Ou Dianna Quixotinna
Do Meu Brasil Exemplar,
O Meu Brasil Secular,
Hoje, Modelo De Nação
Que Não Se Deixa Dominar
por fala de ocasião
de politiqueiro sem ar,
Uma Vez Que, Em Outros Tempos,
Acá, Foi Colônia D’Além-Mar,
Com seu Povo Escravizado,
Sem direito de brilhar
No Mapa Multi-Afamado
Da Geia Espetacular,
Necessito Relembrar
As Aventuras Sem-Par
De Mulheres Verdadeiras
Do Neo-Brasil Popular,
Todas Nobres Tecedeiras
De Estórias Di’Arrepiar,
As Odisséias Marias
Do Meu Brasil Popular,
As Circes Irinéias Das Vias
Insólitas, Do Neo-Vagar,
As Almandinas Cristinas,
Aquelas Do Avatar,
As Sacerdotisas Boninas,
Ou A Que Trocou De Lugar
Com A Cybellinha Divina,
A Diva Do Antigo Narrar,
As Diannas Interinas,
Sempre A recomeçar
As Suas Aventuras Felinas,
Por Terra, Por Céu E Mar.

Redigo, Com Muito Cantar,
Com minha verve de Minas,
Um Estado Espetacular,
A Essas Valentes Meninas
Do Brasil MultiEstelar,
Da Grandeza Feminina,
Quero O Meu Canto Ofertar
Todas São Tais, São Legais,
Em Minha Ágora Exemplar,
São Elas As Lamparinas
Do Fingir Do Neo-Narrar,
Todas, Com Suas Verves Traquinas,
Na Terra, No Céu E No Mar,
Pois, desde o noventa e oito
Do Neo-Calendário Solar,
As Ditas Valentes Meninas
Deixaram de fazer biscoito
Na Cozinha Milenar
Do Segundo, Finalzinho,
Para O Terceiro Alcançar,
Para que, Com Honra E Carinho,
Pudessem A Pátria Exaltar,
Do Brasil, Cada Cantinho,
O Neo-Brasil A Brilhar!

Então, então, por que não!,
Preste bastante atenção!,
Estavam as ditas Mulheres
A levantar as Colheres
Da Cozinha Neo-Solar,
Na qual, submissas aos Donos,
Ficavam a re-mourejar,
Todas em abandonos,
Abandonos do Prezar,
Todas com seus Velhíssimos Donos,
Esperando a Morte chegar,
Trabalhando como as Mouras
Do Passado Secular,
Ou Mulheres, Fêmeas Plenas,
Do nosso José de Alencar,
Ou como as Mulheres de Atenas
Do divo do lado de acá,
Aquelas das Belas Melenas,
Mas, Cegas no Verbo Amar,
Do Grã Chico de Holanda,
O Chico Buarque Sem-Par,
Nascido acá numa banda
Do meu Brazil Exemplar,
O Chico daquela Banda
Que estava à toa a passar,
Mas, que, por vezes, desanda
E começa a trabalhar
Por um Brasil Altaneiro
Querendo recomeçar,
Por um Brasil Pioneiro
Buscando Alvissareiro
Muitas Benesses alcançar,
Ou Poeta Estrangeiro
Morando no Rio de Janeiro,
Cidade de Bom Brasileiro,
De Povo Carioqueiro,
Poucas vezes, Milongeiro,
Muito mais Samba-Roqueiro,
Ou,quem sabe?, Cancioneiro,
Querendo o Futuro alcançar.

Pois, assim, então, Meu Irmão!
Foram as tais ditas Senhoras buscar
Nos Montes De Seu Rincão
A Tal Aventura Sem-Par,
E Escolheram Quomodo Chão
De Narrativas Invulgares
O Alto Da Conceição
De Seus Papais Milenares,
Pois, foi ali, com paixão,
Que eles estavam a namorar
A Suas Joanas do Sertão
E assim fertilizar
Os ditos cujos Embriões,
Que, num Futuro, a pensar,
Fariam ao Monte em questão
Muitas Viagens Sem-Par.

Mas, antes, quero excursar
O meu viver do passado,
Pois o atual Neo-Cantar
É Canto Muito Enrolado,
Este Implantado Narrar
Tem de sair acertado,
Com assertivos a brilhar,
Para ser abençoado,
― É preciso explicitar
O meu Brasilês Intrincado,
Um Tramoso Neo-Falar ―
Para ser abençoado
Por douto conceituado.

Redigo, o meu Neo-Narrado:
Depois do Feminino Embrião
Formatado E Bem Formado
No Tal Alto Idolatrado,
O Alto Da Conceição,
E de ser nascido e criado
Em Carangola, habitado
Ali por um bom tempão,
― Atente ao meu Neo-Tramado! ―
A Vida A Levou, Em Roldão,
Num Vendaval De Monção
Pro Rio Mui Venerado
E o Mundo, por certo!, então
Tornou-se muito apertado
Pra tanta imaginação
E muito causo contado.

E foi assim, meu Irmão!
Que surgiram, desdobradas,
Mil Marias e Irinéias,
Almandinas e Odisséias,
Recópias das Brasileiras,
Mulheres Tão Verdadeiras,
Heroínas da Nação,
Que se triplicam, altaneiras,
Mulheres trabalhadeiras
Buscando ganhar o pão,
Provedoras, hospitaleiras,
Dignificando a Nação,
Mas, Sonhando, Aventureiras,
Com Aventuras De Montão
E Carinho, Alvissareiras,
Enquanto vão, rotineiras,
Da Casa para o Empreguinho,
Em meio às mil barulheiras
Que encontram no Caminho,
Transmutando as Condutoras,
As Conduções Encrenqueiras
De Rodas Transportadoras,
Em Carruagens Fagueiras,
Brilhantes, Mui Sedutoras,
Agradáveis Voadeiras.

Daqui pra lá
De lá pra cá.
A vida um Grande Caos,
Por fora, encantamento,
Mas, por dentro,
Só tormento,
Querendo em Minas estar.
Mas, Minas, já foi,
Não é mais,
Ficou bem longe, pra trás,
Agora já tanto não dói,
Não doerá! Nunca mais!,
O fato de não estar lá.
Agora, que bem-estar!
Morando no Rio de Janeiro,
Um lugar hospitaleiro
Distante do bell lugar!
O Rio de Janeiro Faceiro,
Terra linda! De encantar!
E neste vinte e um, tão notório,
De um Junho, um mês tão solar,
Em Nono Ciclo Meritório
Para um Futuro Sem-Par,
Em início Mileneiro,
Em início Secular,
O Vinte e Um do Terceiro,
Nove anos a passar,
Já na metade do dia,
Com voz vibrante a troar,
A Representante-Maria
Das Mil Marias A Vagar.

Dia de glória e História
Estava por acontecer,
Naquele vinte e um, sem história,
De um Junho Sem Parecer,
A Minerva da Memória
Do Antigo Reviver
Se estranhou com a trajetória
Do Vei Narrar do Saber
E com garra mui notória
Destravou o ReDizer.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

XIII – DO QUE PRIMEIRO ACONTECEU À FIDALGA LUNAR QUANDO DECIDIU SAIR POR AÍ A VOAR


XIII – DO QUE PRIMEIRO ACONTECEU À FIDALGA LUNAR QUANDO DECIDIU SAIR POR AÍ A VOAR



NEUZA MACHADO


Depois Que A Dianna Quixotinna Decidiu Sair
Pelo Brasil Varonil
A Voar Em Charretona Brilhante Voadora,
mais ainda, Depois De Ter Convidado,
Para Protegê-la,
por meio de telefone celular,
O Toinzão, Um Cocheiro Galante,
Proprietário Da Tal Charretona Brilhante,
O Toinzão Saradão,
Também Conhecido Pel’Alcunha Importante
De Faetonte Gigante,
O Toinzão, Filho De Apolo Cantante,
Então, Redigo,
Depois De Ter Convidado O Toinzão
Para Acompanhá-La
Em Suas Aventuras Seguras,
a Fidalga pensou:


“― O primeiro Caminho-Aventura que irei fazer,
este será o Caminho que leva ao Alto da Conceição,
para visitar o meu Tronco Familiar,
cujo Patriarca Trilenar
é o Fantasma do Trisavô Amadeus,
Um Formidável Ancião Antigão
Descendente de Zeus”.

Mas, voltando ao Enredo Inventado,
O Alto da Conceição ainda existe no Estado
De Minas Gerais, no Brasil Varonil,
O Imensurável Brasil Cor-De-Anil,
E fica bem pertinho de Santa Luzia do Carangola,
A Princesinha da Zona da Mata, Frajola.

Então!
Então, ali morava o Fantasma do Trisavô Amadeus,
Do Alto da Conceição, Sentinela,
Visto por alguns, sempre, a portar uma vela
Nas noites escuras,
― uma brilhante aquarela ―,
A cuidar e velar pelos seus,
O Amadeus que, sempre em Sonhos,
vinha conversar com ela,
Somente Em Sonhos Risonhos,
E, o Mesmo, lhe havia prometido,
Se, um dia, visitá-lo fosse,
Naquele Alto Basalto,
ele apareceria em forma de gente,
Mostrando-lhe direitinho
quomodo fora a sua Face Antiga Terrena.
E olha que só poucas pessoas obtiveram o prazer
De conversar com o Fantasma do Amadeus,
Porque, esse Mitológico Trilenário,
Era muito compenetrado
E só conversava com as pessoas eleitas por ele,
Pessoas de sua confiança.
Mas, que ele gostava muito dela,
Isto a Quixotinna tinha certeza.

Entretanto, voltando ao assunto em questão,
Ditas, então, as paroles asadas,
Vou viajar viajar viajar,
E depois de ouvir as impressões da Família
sobre a sua sanidade,
mesmo na sua doudice sonambúlica,
planejou a sua Viagem de Sonhos,
sem esquecer, principalmente, a alimentação.
E feitas pois a galope algumas malinhas de viagem,
Com roupas esvoaçantes,
e uma matolotagem deliciosa,
para colocar no Freezer da Carruagem,
e para alimentá-la por uma semana,
se fosse preciso
― galinhas assadas e farofa de farinha de mandioca,
arroz de carreteiro e feijão tropeiro,
frutas tropicais diversas e muita água potável filtrada ―,
alimentos congelados,
já preparados,
mas bem acomodados
em embalagens próprias,
portanto, mesmo já preparados,
alimentos que iriam conservar-se saudáveis
por um largo tempo
(um progresso espetacular de seu tempo histórico,
repleto de novidades tecnológicas,
acessíveis a ricos e remediados);
assim, reato o assunto,
a Quixotinna não tardou em telefonar para o Toinzão,
pedindo-lhe, com urgência,
a companhia dele para a sua Viagem de Sonhos,
pois, sem um Acompanhante Espetacular,
a Viagem não teria graça alguma.
E que ele não esquecesse de trazer também
a Charretona Iluminada,
pois, Grandes Viagens
Prosopopaicas
têm de apresentar-se quomodo fossem
Montras Brilhantes.
Senão,
quomodo chamar a atenção
dos Internautas-Leitores,
em seu Tempo Globalizado
dos Portentosos Realities Televisionados?

Em verdade, bem que ela poderia viajar sozinha
pelo Brasil Varonil e per o Mundo Rotundo também
em uma Carruagem de Sonhos,
no entanto,
acompanhada era muito mais divertido.
Sem acompanhante, não teria graça nenhuma!
E o Toinzão, cá entre nós!,
Era Lindo De Fazer Gosto!
Era, Não! É!
Malhado! Musculoso! Saradão!
Ensolarado! Dourado!
E Rico!
Sua Carruagem-Vimana Brilhava
(continua brilhando!),
naquela época,
Repleta De Faiscantes Pedras Preciosas.
E Muito Ouro!
Quando A Carruagem Do Toinzão Aparecia
No Horizonte Brasileiro,
Em Dias Ensolarados,
Era Uma Festa!
O Povo Brasileiro Todo Ia Reverenciá-Lo Nas Praias,
Nas Altas Montanhas Longe Do Mar,
Ou Mesmo Nas Lajes
Dos Muitos Outeiros-Moradias Do Brasil Varonil
(de verdade, tudo isto ainda existe!
O Toinzão-Faetonte Ama O Brasil Varonil!).
Aí, Então, A Dianna Escolheu
O Toinzão Brilhantão Quomodo Escudeiro,
Já Que Estava Fascinada
Por Histórias De Cavalaria À Moda Medieval.
Que Escudeiro Melhor Do Que O Sol Luminoso
Para Escoltá-La Em Suas Aventuras Seguras?!!!

A Charrete Do Toinzão,
Aos Olhos Dela,
Era Toda Enfeitada!
E brilhava tanto que fazia gosto apreciá-la!
Sua Mentis De Mentis
não aceitaria nunca um Escudeiro Apagado!
Já bastava ela!
Uma Luna Luna Lunática!
E Lua é Satélite Sem Brilho!
Convenhamos!
Até mesmo o Marido Querido do Passado
foi para ela um Ser Iluminado!
Entretanto, os Iluminados não são fiéis!
São Passageiros!
O Toinzão, não!
Era um Iluminado Fiel!
E a Dianna não via a hora de viajar com ele,
De se instalar na Vimana Ensolarada,
a Charretona Dourada,
e Viajar Sem Rumo Certo,
Farejando Aventuras-Mil.
Entretanto, A Primeira,
ela sabia,
Tinha Rumo Certo, Sim Senhor!
Ela Iria Visitar O Fantasma
Do Amadeus No Alto Da Conceição!

E Assim, Logo Que O Toinzão Faetonte,
Filho De Apolo Brilhante,
Apareceu No Horizonte
da Cidade do Rio de Janeiro,
onde a Dianna morava,
Quando ele apareceu, Muito Brilhante!,
e encostou a Carruagem na calçada,
em frente ao seu Cafofo Tão Fofo!,
seu Cafofo Tão Aconchegante!,
Tão Alienante!,
ela sentou-se em frente
ao Computador Sansung
do Final do Século XX,
colocou uma folhas de papel reciclado A4
na Impressora HP,
reservou um disquete jurássico
para resguardar o que fosse escrever
(naquela época, ainda não existia o pendrive maravilhoso)
e, Sonambulicamente,
Iniciou A Sua Viagem Ao Alto Da Conceição,
Acompanhada Evidentemente Pelo Toinzão Bonitão
Que Brilhava Brilhava Brilhava Na Amplidão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

XII – QUE FALA DA SUTIL MANEIRA DA QUIXOTINNA MINEIRA EM ARMAR-SE CAVALEIRA


XII – QUE FALA DA SUTIL MANEIRA DA QUIXOTINNA MINEIRA EM ARMAR-SE CAVALEIRA



NEUZA MACHADO

Aqui, A Sair Do Embornal,
Sobre As Viagens Altaneiras
Da Dianna Atemporal,
Esta Narradora Sem-Beiras,
Sem Eiras Hospitaleiras,
Pretende Um Conversar Anormal,
Para Mostrar, Consciente,
Num Dizer Independente,
Num Brasilês Bem Modal,
A Estranha Sutil Maneira
Da Quixotinna Mineira
Em Armar-Se Cavaleira
En’Hum Momento Global,
De Muita Súcia Enredeira
Espalhando Fel E Mal,
A Transformar, Faladeira,
Em Filula Ambiental,
Gente De Bem, Pioneira,
Em Pessoa Sem-Moral.

Mas, Já Redigo O Que Foi Dito
Num Misturês Mais Bonito:
Este Trechinho Viral,
Fala Da Sutil Maneira
Da Quixotinna Mineira
Em Armar-Se Cavaleira,


Pois, Feminina E Tagarella,
Dentro De Nova Esfera
Da Dita Roda Temporal,
E Já Entrando Em Nova Era
Do Calendário Espectral
Percebeu, Muito Matreira,
Que Cavalo E Cavaleira,
No Vinte E Um Da Apoquentada
Realidade Vital,
Realidade Espiralada,
Repleta De Vendaval,
Era Idéia Passageira,
Nadica Fenomenal,
E, Assim, Mudou A Via Inteira
De Sua Vidinha Sem-Sal,
E, Em Vez De Armar-Se Cavaleira,
À Moda Medieval,
Sagrou-Se Dama Encrenqueira,
Lunática, Dimensional,
A Viajar De Carreira
Por Seu Brasil Sem-Igual
Em Carruagem Voadeira,
Brilhante, De Alto-Astral,
Em Carruagem Imponente,
Iluminada, Lual,
Pois, Dama Magnificente,
Em Neo-Narrar Influente,
Excêntrica, Incandescente,
Não Desce Do Pedestal.
Narrativa Epo-Nascente
Tem De Ter Brilho Anormal,
Parole Mui Convincente,
Só Façanha Especial.
E, Assim, A Diannazinha De Mente
Sagrou-Se, Incontinenti,
Viajante Atemporal,
A Mostrar Pra Toda Gente
Deste Mundão Eternal
Que Quixotinnas Valentes,
No Vei-Brasil Colonial
Do Século XX Inclemente
― Mas Já Passado
E Enterrado,
E Não Virá Novamente ―
Era Realidade Normal.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

XI - CAPÍTULO QUE CUIDA DA PRIMEIRA AVENTURA QUE EM SEU BRASIL VARONIL FEZ A IMAGINOSA FIDALGA DIANNA QUIXOTINNA


XI - CAPÍTULO QUE CUIDA DA PRIMEIRA AVENTURA QUE EM SEU BRASIL VARONIL FEZ A IMAGINOSA FIDALGA DIANNA QUIXOTINNA



NEUZA MACHADO


Depois Que A Fidalga Disse Aquela Famigerada Frase
─ “Basta! Vou Sair Por Aí,

Per O Brasil Varonil
E Per O Mundo Rotundo Sem-Fundo
A Viajar Viajar Viajar!!!” ─
Depois Que Ficou Sacralizada Ficcionalmente A Sua Doudice,
A Dita Cuja Não Quis Atrasar-Se De Novo
─ Quomodo Das Outras Vezes,
Em Que Sempre Se Atrasava
Nas Realizações De Grandes Empresas,
e, por motivo dos tais atrasos,
não as realizava satisfatoriamente ─
Per O Tal Movimentar-Se,
Em Peripécias Voláteis,
Em Sua Insólita Imaginação,
E Instigando A Fantasia
─ em ação e inação ─
Para A Falta Que Estava A Fazer
Ao Brasil Varonil
E Ao Mundo Rotundo Sem-Fundo
A Tardança Em Começar A Digitar
As Suas Aventuras Seguras,
Digo, A Sair Por Aí
Pelo Brasil Varonil
Pelo Mundo Rotundo,
quiçá, Através Das Infindas Galáxias,
Em Carruagem Por Certo Voadora,
mais ainda,
Acompanhada De Um Bonitão Brilhantão
(mas, que não poderia ser,
de jeito nenhum,
o Sancho Bonachão),
Consoante Eram As Ofensas
Políticas E Sociais
Que Imaginava Destramar
Com Seu Senso Comum Para Navegar,
Na Falta De Justiça Terrena Que Coibir,
Nas Canalhices Que Serenar,
E Honorários Por Receber,
então, repito o já dito,
A Quixotinna Não Quis Atrasar-Se De Novo.

E, assim, sem comunicar sua Intenção
Aos próximos de seu Coração,
e sem o Conhecimento Geral da Nação,
Telefonou Para O Toinzão Bonitão,
Acionando O Seu Minúsculo Celular,
O Celular Vermelhão,
Solicitando Com Veemência E Paixão
A Brilhante Vimana De Apolo Antigão,
por certo, Foi Um Convite Ao Toinzão Bonitão,
Para Que A Levasse, Em Sua Carruagem Solar,
Em Viagem Espetacular,
Até Ao Passado Exemplar,
pois precisava com urgência falar
com seu Avô Amadeus Trilenar,
o Amadeus Descendente de Zeus,
Sacerdote Antigo, Espectral,
Para implorar um Conselho Astral,
Digo,
Conselhos Vários Do Trisavô Amadeus,
Feicho-De-Luz-Sem-Igual,
Refratado Em Prisma de Cristal,
Um Trilenar Habitante Actuante
De Voz Maviosa, De Raro Rompante,
Um Morador Fantasmal, Eternal,
Pairando, Fenomenal,
No Cume Da Montanha Instigante,
(Admirada e Querida
Por quem ali foi concebida),
Desde sempre conhecida,
Por Seu Povo Neo-Gigante,
Por Serra Da Sublimada Vida
Ou Alto da Conceição.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

X – QUE FALA DA LEITURA DO QUIJOTE A INFLUENCIAR A DEMÊNCIA DA QUIJOTINNA


X – QUE FALA DA LEITURA DO QUIJOTE A INFLUENCIAR A DEMÊNCIA DA QUIJOTINNA



NEUZA MACHADO


Um dia, lendo o Quijote,
a Fidalga deparou-se com uns dizeres
de um Antigo Escritor de Aventuras de Cavalaria,
Pensamento Este Que Foi Glorificado Por Cervantes
Em Seu Famoso Livro,
e que grudou em sua memória,
por certo, Meio Instável, quomodo fosse chiclete de mascar sem açúcar,
por certo também,
já bem mastigado.
Contudo, ela não simpatizou
com a palavra final do enunciado
─ a palavra era “formosura” ─
e tascou lá outra palavra.

Aí, ela foi recitar

a extravagante reflexão
para a Filha Mais Velha,
quomodo se estivesse repreendendo-a
de brincadeirinha.


Ela disse, repetindo, palavra por palavra,
o tal pensamento
(exceto a última palavra, por ela já modificada):
A Razão da Sem-Razão
que à minha Razão se faz,
de tal maneira a minha Razão enfraquece,
que com Razão me queixo de Vossa Sem-Razão
”.

Oh! Porque a Dianna Quixotinna fez isso?
Depois do dito,
Que Se Espalhou
Quomodo Vento No Seio Da Família Querida,
os Filhos disseram:
Mamãe Está Maluca! Coitada!
Ela lê tanto esses Livros de Aventuras Mil,
que a pobre ficou lé-lé da cabeça
".

Só que a Fidalga Mamãe Quixotinna
já estava maluca fazia tempo
e os Filhos Queridos não sabiam.
A cada Aventura-Leitura,
ela ia mudando de Nome,
Perdendo assim o juízo.
E os Filhos, Todos Por Ela Queridos,
Desvelando-se por entendê-la.

Ao Ato de Suas Leituras,
a Fidalga ia Misturando Tudo,
e,
Num Passe de Mágica,
Os Heróis Gregos Já Se Transformavam Em Romanos.
E, lá pelas tantas,
Cavaleiros Medievais
também passavam a participar das Empresas.
E tudo isto quando não apareciam,
Na Contra-Dança Aventuresca
de suas Futuras Aventuras Imaginárias,
alguns Burgueses
Bem-Estabelecidos na Era Moderna
de Mãos-Dadas com os
Anteriores Cavaleiros Medievais,
e, por outro lado,
um Grande Grupão Pró-Futuro-Sem-Muro
Lutando Heroicamente
em Prol de Uma Saudável Mudança
nas Leis Obstinadamente Estabelecidas
em Eras Passadas
no Brasil Varonil.

Em suma, de tal maneira que,
Envolvida nas Malhas das Tais Leituras,
Se Encapulhou,
passando, assim,
Noturnas Horas Iluminadas
e Horas Diurnas Ensombradas
(E Mal-Assombradas).
Com isto, os Moles Miolos da Fidalga
ressecaram tanto,
de modo que, aos poucos,
a Dita Cuja
Foi Afrouxando Seus Litígios e Demandas Vitais.
Foi aí, então, que
A Fidalga Quixotinna Disse As Famosas Paroles Brasileñas,
paroles já misturadas
aos muitos idiomas estrangeiros
falados no Brasil Varonil
até ao final do Anno de 2002:
Basta! Voy A Biajar!”,
e foi ela mesma viver as suas
Próprias Aéreas Aventuras Seguras.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

IX – QUE EXIBE SEM PIEDADE O ENCAFIFAMENTO DA QUIXOTINNA


IX – QUE EXIBE SEM PIEDADE O ENCAFIFAMENTO DA QUIXOTINNA


NEUZA MACHADO


Até ela decidir-se a Voar
Naquela Sua Nov’Aventura Segura Sem-Par,
Foram Dias E Dias De Encafifamento
E Solidão,
pois, Nesses Dias,
Encafifada Ficava
E Com Ninguém Conversava.

Com o passar de um certo tempo,
naquele ínterim, já vos falei,
ela já estava meio desequilibrada de tanto ler.
Os serviços da casa ficaram de lado.
O pó já se acumulava nos cantos
de seu Cafofo Tão Fofo.
A partir daí,
Daquele Dia Sem-Guia,
qualquer Dinheirinho Suado
que chegasse em suas mãos
se transformava em Livros e Livros.
A Pobre já não tinha lugar
em seu Micro-Apartamento
(Agora, de Solteira!
Pois já estava longe do Marido Querido!)
para guardar aquela Traquitana toda.
Para qualquer lado que se olhasse,
Livros e Livros amontoados eram vistos
(só de Aventuras, bem entendido).

domingo, 14 de fevereiro de 2010

VIII – QUE TRATA DA MUDANÇA DE VIDA DA NEO-QUIXOTINNA DIANNA E DO APARECIMENTO DO TOINZÃO BONITÃO



VIII – QUE TRATA DA MUDANÇA DE VIDA DA NEO-QUIXOTINNA DIANNA E DO APARECIMENTO DO TOINZÃO BONITÃO



NEUZA MACHADO


Entretanto,
Já Vivenciando O Início Do Século XXI,
Seu Momento De Vida Era Outro,
e, por tal motivo,
descartou a figura do Sancho,
quomodo seu Acompanhante
(O Sancho era Escudeiro Exclusivo do Quixote),
preferindo o Toinzão Bonitão,
ou, se quiserem o seu nome verdadeiro,
o Faetonte Inflamante,
Filho De Apollo Brilhante,
porque, para ela,
para a Fidalga Neo-Quixotinna,
já instável mentalmente
de tanto ler e escrever,
tanto faria um Acompanhante
do Século XVI,
quomodo um da Idade Média,
quant’um da Antiguidade Greco-Romana,
Entretanto, teria de ser um Acompanhante Galante.
Por supuesto, Todos Os Heróis
Do Passado Aventureiro
já estavam mesmo misturados
mapeados
remasterizados
em sua Mentis De Mentis.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

VII – QUE EXPÕE O ANTERIOR SONHO DE VOAR DA FIDALGA QUIXOTINNA


VII – QUE EXPÕE O ANTERIOR SONHO DE VOAR DA FIDALGA QUIXOTINNA

NEUZA MACHADO


No Entanto, Lá No Fundinho De Sua Alma,
O Que Ela Queria Mesmo

Era Viajar Viajar Viajar,
Por Todos

Os Cantos Do Brasil Varonil
E Também Do Mundo Rotundo

Sem-Par.
Mas, ela Queria Viajar Em Carruagem Voadora.
ela não queria viajar de Avião, não!
nem mesmo em Foguete Interplanetário!
ela Sonhava Viajar Em Carruagem
Brilhante Voadora,
Puxada Por Lindos Cavalos Brancos;
Se Não Houvesse Carruagem Voadora
No Brasil Varonil Do Já Passado Século XX,
Ela Se Contentaria Com Uma Charretinha Voadora,
Mas Esta Charretinha Teria De Ostentar
Muitos Enfeites Coloridos,
Bandeirolas E Flores.
E Teria De Estar Completa,
Com Charreteiro Mitológico Luminoso E Tudo.

Mas, Cadê o Dinheiro Para Viajar
Naquele Século XX
De Calamidades Sem-Par,
Onde tava tudo dominado
(só Jaião Grandalhão Manobrando o Cercado),
Andando Deapé
Rodando De Automóvel Conversível
Navegando em Navio-Transatlântico
Voando em Avião-Boing de Passageiros-Turistas,
Ou mesmo, Insolitíssima, Viajando de Foguete da Nasa
Pelos Vastas Rotas Interplanetárias
Do Universo Sem-Fim,
Em Fim, Por Terra, Por Mar E Por Ar?
Cadê o Precioso Dinheirim?

Dizia ela, Naqueles Tempos D’Antanho:
“Cadê o dinheiro?
Quede o dinheiro, Meu Deus?!!!
Que é do Dinheiro Altaneiro,
Meu Deus Onipotente?!,
Amado!!! Clemente!!!!!!
Para Viajar Viajar Viajar?!!!
Neste Final de Século XX
No qual dinheirinho não há
Para o Pobre Com Luxo Gastar?”
Além de tudo, no Passado passado,
Quomodo ainda Fidalga Exemplar,
a Fidalga tinha
a Família Querida para cuidar
― cozinhar, lavar e passar ―,
remendar as meias do marido Querido,
engomar e passar as camisas do marido,
beijar e amar o marido,
o lídimo provedor das necessidades do Lar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

VI – QUE DISCURSA SOBRE AS DESCOBERTAS LITERÁRIAS DA FIDALGA EXTRAVAGANTE


VI – QUE DISCURSA SOBRE AS DESCOBERTAS LITERÁRIAS DA FIDALGA EXTRAVAGANTE



NEUZA MACHADO


A Dianna Gostava De Ler E Escrever,
mas, naquela época,
nunca que tinha tempo para tais prazeres.
Depois do “Basta!”,
E Já Ex-Fidalga, Começou A Viajar
do jeito que ela queria.
Foi nesse momento que ela descobriu que,
Por Meio De Suas Leituras E Escritos,
ela Poderia Viajar Viajar Viajar,
Além De Se Desdobrar Em Mil E Mil E Mil Mulheres,
Dos Diferentes Mil Nomes Brasileiros Altaneiros,
e que, Em Suas Viagens Literárias Sem-Rumo,
ela Poderia Também Apresentar-Se
Com O Nome Que Bem Quisesse.

Os Filhos já estavam crescidos,
cada um vivendo a própria vida,
e, assim, nesse firim-fim-fim,
O Ócio Começou A Tomar Conta De Seus Pensamentos,
Instigando-A Para As Tais Viagens Sem-Fim.

E A Fidalga Começou A Ler Com Sofreguidão,
Nos Entremeios Daqueles Vagares Airados,
Livros De Aventuras Dos Heróis
Gregos E Troianos E Latinos,
Além De Livros De Aventuras
Cavaleirescas Da Idade Média,
Livros De Aventuras Portuguesas
(De Camões,
De Fernando Pessoa A Almeida Faria, Et Cœtera),
Livros De Aventuras Picarescas
Do Século XVI, Século XVII, XVIII, XIX e XX.
No entanto,
lá pelos últimos, já lidos e relidos,
Encasquetou-se com
a Triste Figura do Quixote,
escrito pelo espanhol
Miguel de Cervantes Saavedra,
nascido em Alcalá de Henares,
Espanha, em 1547,
e O Encasquetamento Foi Tanto,
e A Dita Cuja Já Meio Desequilibrada Estava,
que ela se julgou
uma reencarnação feminina
do Doudo Andarilho.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

V – QUE APRESENTA O ANSEIO DA FIDALGA DIANNA DE MANDAR TUDO PRAS CUCUIAS

V – QUE APRESENTA O ANSEIO DA FIDALGA DIANNA DE MANDAR TUDO PRAS CUCUIAS



NEUZA MACHADO


De verdade, no Passado Ajuizado,
até que ela viajava com a Família.
O Marido Querido, acredite!,
apesar do pouco dinheiro mensal,
gostava de acampar acampar acampar,
e,
nos finais de semana e feriados,
ela, o Querido e os filhos arrumavam a Casa-Portátil,
com toda traquitana necessária,
atrelavam-na no Velho Automóvel
(a traquitana necessária, bem entendido!)
e disparavam
a direção aos Superlotados
Campings Sites do Brasil Varonil.

Mas, não era esse tipo de viagem
que a Fidalga Quixotinna desejava.
Ela queria Viagens de Sonhos,
sem ter de cuidar dos afazeres domésticos,
porque, nas tais viagens com a Família,
ela continuava uma Doméstica do Lar,
Não Era Fidalga Pomposa Coisa Nenhuma.
Enquanto o marido Querido e os filhos iam se divertir,
a pobre ia cuidar da Muito Velhusca Casa-Barraca-Móvel
― cozinhar, lavar roupas,
limpar a mobília flutuante, et cœtera ―;
é bem verdade que a Família se dividia
na hora de lavar a louça na bateria de tanques,
própria para atender quantas famílias ali se encontrassem
(às vezes, ocorriam filas quilométricas,
cada um com seus baldes de louças,
esperando que os da dianteira desocupassem os tanques),
mas, lavar louça,
no entender de todos os Maridos Queridos dos Campings,
era a parte mais divertida dos pesados trabalhos domésticos,
naquelas viagens de necessário entretenimento,
porque todos os Maridos Queridos dos Campings,
lavando os pratos e panelas e talheres,
se distraiam, contando casos
e piadas, uns com os outros.
Mas, lá pelas tantas,
a louça suja sobrava para as Esposas Queridas também.

Entretanto, apesar do curto dinheiro
nos bolsos do casaco surrado
do Marido Querido
(a sobra do ordenado mensal
era sempre para o entretenimento semanal),
depois de muitos Acampamentos,
Pelos Muitos Campings do Brasil Varonil,
no Correr do Tempo,
Houve Aquele Dia em que ela disse:
“Basta! Vou Sair Por Aí
Voando Voando Voando
pelo Brasil Cor de Anil
e pelo Mundo Rotundo também
a Viajar Viajar Viajar!”

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

IV – QUE DISCORRE DA ANTIGA VIDINHA DA FIDALGA DIANNA QUIXOTINNA



IV – QUE DISCORRE DA ANTIGA VIDINHA DA FIDALGA DIANNA QUIXOTINNA

NEUZA MACHADO


Em Um Bello País Varonil,
Cujo Nome Desejo Exaltar,
O Meu Amado E Querido Brasil,
Com Suas Paisagens Sem-Par,
Pois Então?!!! Ali Habitava A Dianna,
Uma Fidalga Do Lar,
Uma Mãezona Antigona
Da Filharada A Cuidar.

A Dita Cuja Dianna,
Quomodo Fêmea De Valor,
Até Por Volta Dos Quarenta,
Somente Do Lar Cuidou.
Foi Parideira, Cozinheira, Lavadeira,
Cuidando Dos Seus Com Amor.

Por tais motivas reais,
Por Ser Muito Feminina,
A Dianna Não Se Aventurava
Em Querelas Letradas De Louvor,
A Dianna Não Viajava
Buscando Aventuras Sem Temor,
A Dianna Não Escrevia,
A Dianna Não Pelejava,
Pois A Dita Cuja Não Possuía,
quomodo os machos de sua época,
nenhuma lança em cabido,
nem mesmo adarga antiga,
não tinha, coitada!, nenhum rocim
― nem forte, nem fraco ―
e, muito menos, galgo corredor.
A Quixotinna Era Apenas
Uma Fêmea De Valor.