AS AVENTURAS PROSOPOPAICAS DE DIANNA VALENTE - 6
NEUZA MACHADO
VI
Ao Monte Distante
do Divinal Instigante
foi viagem Sem-Par
na Carruagem Estelar.
A Dianna Irisante
estava pensante,
interiormente’afolada,
na Hora Vergada
do Tempo Passante,
e o Toinzão Bonitão,
more or less caladão,
ao longo da Estrada
Por Certo! Enrolada,
à moda d’infanti’amanti’rompante,
estava falante.
E eis que,
naquele deslumbrante dia
de suave letargia,
a Dianna Mineira Valente,
uma Notável Incomum Vidente,
por intermédio do tédio
e de brilhante poderosa lente
e de registrada magia,
já havia previsto, a dita,
aventura mui bendita,
aventura por certo! segura,
por certo! muito bonita!,
ao longo da Varredura
da Via um pouco interdita
que vai à Serra Futura,
a qual se chamará Ventania
na próxima nomenclatura
desta narradora Sem-Guia,
pois lá a guedelha eriçada
do tal Mago da Alcaçada
que fica na Serra Vazia,
no alto da espiralada
trilhazinh’abandonada
do Neo-Narrar Inseguro,
que, na Duração Já Sem-Muro,
sem erro! terá serventia,
pois lá a guedelha eriçada
do Bell Mago da Indomada
recebe a suprema magia
de uma ventarol’alada,
um muito! Desordenada!,
também eriçando ela
a Cabeleirinha Branquela
da Narradora do Nada,
pois foi lá que começou,
e a narradora a mim contou,
a Aventura Mui Segura
da Dianna Arthemis Valente,
Honorável Incomum Vidente,
resguardada pl’o Toinzão
Charreteiro Bonitão,
um Charreteiro Eternal,
mas de bom coração,
por oferecer luz sem-igual,
uma luz matricial,
ao pobre’humano vagante
de um passado imortal,
o Toinzão Itinerante,
por ser u’a figura tal,
a tal figura’inflamante,
uma recópi’atual
de Faetonte Gigante,
aquele filho roubante
da Carruagem do Sol,
ou Hélius Apolo Cantante,
um músico itinerante,
um músico fenomenal!,
um demiurgo
de Escol,
que sabe girar o Sol,
um ex-dono incomodante
da Viatura Voante
que no vigor do arrebol
risca a telona gigante
da realidade marcante
do sonho transcendental,
com mil paletas faiscantes,
paletas de tons brilhantes,
de cores reverberantes
e muito et cetera e tal.
Então?!
Então foi nesse dia
de suave letargia,
que a Dianna Quiromante
pegou a Carruagem Vazia,
uma Charretinha Brilhante,
e foi, com espetacular maestria,
até ao Monte Gigante
com notável companhia,
o tal Faetonte Brilhante,
o seu Charreteiro do dia,
o Charreteiro Importante;
de dia, um Estrello-Guia;
de noite, muito distante.
E a viagem seguiu compassante,
em volteios triunfais.
A Dianna, anelante!,
e o Charreteiro, demais!,
querelando armar, triunfante,
uma querelona sagaz,
naquele Bello Horizonte
de Veleidades Astrais
dos tempos prosopopaicantes
que não voltam nunca mais,
realçando a palidez dela
com risos descomunais,
com a cabeleiron’amarela
brilhando cada vez mais,
u’a luz de grande vela
em feixes originais,
as cores da Quinta Estrela
de Grandezas Sem-Iguais
a iluminar a Via Bella
que vai a Minas Gerais.
Enquanto a Dianna pensava,
distraída e anelante,
o Charreteiro brilhava
naquele Céu tão brilhante,
e a tal Carruagem passava
por cima do Mar Atalante,
pois quem dirigia e encantava
era o dito Heliosponte,
cujo brilho irradiava
no Filho de Apolo Amante,
conduzindo a Andarilha
rumo ao santo Santo Monte,
Monte de Maravilha,
de colorido vibrante,
situado e ampliado
nas Minas Gerais distante,
ancorado no passado
desta narradora rolante,
passado idolatrado,
repleto e sacralizado,
com muita estória importante,
tirada de saco engomado
com gomalina marcante,
saco sem fundo, vazado,
de devaneio intrincado,
mostrando no fundo rasgado
um mundo reedificante,
promessa de muito narrado,
narrado reestruturado,
muito bem armazenado
diferente do contado
pelo substancial dominante,
o substancial do Pasmado,
do Pasmado Antiquado,
que por força do Passado,
Passado glorificado,
quer-se acima do Horizonte,
mui longe outrora aprumado
no sem-fim organizado
de um Norte Desencantado,
Terra de Gente Gigante,
pisando no pobre-coitado,
o proto-neo-habitante
deste Sul Interessante,
como se fosse o tal colonizado
um ser insignificante,
unzinho qualquer malsinado.
Pois um Brasil Glorificado,
a Diannazinha buscava no tal Monte Adivinado,
para que o Futuro Assinalado
soubesse que o Brasil Adorado
per seu Povo Maltratado,
de Passado Malsinado,
de Povo Desautorizado,
acordou, bem renomado,
naquele incrível instante,
pois um Pré-Dito sem Calçado
tornara-se um Gran Gigante,
e que o Brasil Colonizado
até ao Vinte Perpassante,
já se via idolatrado
em Vera Terra Distante,
no princípio assinalado
de um Vinte e Um Importante,
o Terceiro Aquilatado,
desde o início pré-julgado
como Milênio Interessante,
e o Brasil Colonizado,
naquele instante’atuante,
se vendo Neo-Governado
por Mão Firme-Comandante,
Mão de Governo’Honrado,
por Deus-Pai abençoado,
por Ele muito estimado,
pois Pernambucano’Atilado,
Governanti’Ajuizado,
pelo Povão Adorado,
era já fato afirmado
no Ágora Fortificado
da Neo-Nação Verdejante.
E, agora, depois do excursado,
com muito parolão recriado,
de longe, a Terra avistada,
a tal Montanha Importante
de sua Terron’Adorada,
pertinho de Belo Horizonte,
Capital Mui Fascinante,
e, por companheiro de Estrada,
contava, a dita Vagante,
com o Toinzão, que ela amava,
o dito Neo-Heliosponte
Filho de Apollo Brilhante.
Mas, o espertinho Truão,
logo que o dia findou,
desapareceu, de roldão,
e a noite logo chegou.
Então.
Então, não?!
Por que não?
Para chegar à Pousada
de Amadeus Quiromante,
o Sacerdote do Nada
além do Tudo Imperante,
situada na entrada
daquele Monte Vibrante,
precisava a Galanada,
a dita Dianna du Monte,
de força revigorada
para seguir adelante,
e sem a presença neopensada
do Filho de Apolo Cantor,
a mineirinha afolada,
da novel estrad’alada
cheia de curva e fervor,
não versaria um nada,
não mostraria valor,
pois, Viajar Deserdada,
totalmente Exerdada,
em Via Espiralada,
por vezes muito intrincada,
é viagem de doutor,
e a mineirinha do d(o)ado
repleto de resplendor
se viu em mato intrincado,
sem saída e sem andor,
sem arma de Bell Passado
para lutar com louvor,
sem palafrém equipado
com mantilha de valor,
sem palavrório atilado,
sem verça de ditador,
e tudo isto, Meu Amado!,
do SolLuz necessitado,
para, com tino dobrado,
registrar com mui agrado
um Bell`Amor divinado
pelo Brasil Redentor,
no Ato deste Enrolado,
resgatado e respeitado,
em Plagas distantes firmado,
firmado e protocolado
como Terra de Valor.
Mas, no entretanto do Ato,
sem o apoio sensato
do Toinzão Itinerato,
a Carruagem Motorizada
de Vida Despoliciada,
em forma de Navio Mercante,
passava desarvorada
por cima do Mar Atalante
e dentro dela, aluada,
ia a Dianna do Monte,
pois, antes de chegar à morada
de Amadeus Quiromante,
precisava, a Espiralada
do Fôlego Reconfortante,
tomar água consagrada
per Netuno Embriagante.
E, buscando uma saída
para seu navegar anelante,
foi a Desconhecida Vivida
do Cantar Incomodante
comprar a renovada bebida
em Adega Preferida,
cujo proprietário de lida
era Netuno Bacante.
E em seu sonho pivotante,
cuja raiz anelante
estava em um Novo Horizonte,
ou melhor, muito melhor,
no alto do Gran Gigante
da Cidadela Esplendor
perto de Bello Horizonte,
foi, a pouco distinguida
na Ara do Trovar Firmante,
conversar, mui comovida,
comovida e enaltecida!,
com o El-Rei do Neo-Atlante.
E foi a Dianna do Monte,
com Netuno Embriagante,
revolver o seu passado,
com saudade confortante
e parolão aluado,
e se recordou do instante,
que alheada e inquietante,
com o coração compassado,
viu o grande Mar Atlante
do Rio de Janeiro Amado,
na hora prima incessante
de seu viver transformado,
longe de Belo Horizonte,
a capital atuante
de seu Estado venerado,
Minas Gerais, triunfante,
lugar de gente inflamante
e de coração adoçado,
seu domicílio distante,
agora só sonho sonhado.
Então a Dianna do Monte,
a revolver o passado,
se recordou do instante,
que alheada e inquietante,
com o coração compassado,
esteve, bem confortante,
diante do Mar Rebrilhante,
no Rio de Janeiro adotado.
É que naquele proto-instante
de sonho desenfreado,
a Dianna Incomodante
não era mais do Roçado
lá de Minas Gerais,
a Cantante
era a Dianna Adamante,
chamada também Del Mar.
Na Praia do Saco Grande,
lá p’las bandas do Mirado,
estava a Dianna Dummont
diante do Jaião Mareado,
o tal Netuno Amarante,
parente do Zeus do Passado,
pois sua voz altissonante
provinha de Veiro Narrado.
E conversando fiado
com o Netuno Maresia,
o Grande Rei do Mar Salgado,
naquela hora do dia,
dia de muita magia,
a Mineira do Pasmado
Repleto de Resplendor,
esqueceu o neo-do(a)do,
esqueceu seu velho amor,
aquele ser ensolarado,
o tal Toinzão Multicor,
e digeriu um papo bem acabado
com Netuno Adamastor,
que, no Quinhentos, já passado,
pelo Camões, exaltado,
foi brilhante, transformado
em Montanha de Valor,
separando o Mediado
do Moderno Concolor.
O que, no início, não sabia,
nem mesmo desconfiava,
era que, ao longo do dia,
que a findar já começava,
muita aventura sandia
a sua viagem entrevaria,
e tão cedo não chegaria
ao Monte que tanto amava.
Pois, para seguir sempre adelante,
em direção ao Super Monte
da Grandeza Original,
a Diannazinha Voante
teve de enfrentar,
com rompante,
o furor desavisante
de um Veiroto Zagal.
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