AS AVENTURAS PROSOPOPAICAS DE DIANNA VALENTE - 7
NEUZA MACHADO
Na Praia do Saco Grande,
lá p’las bandas do Mirado,
estava a Dianna Dummont
diante do Jaião Mareado,
o tal Netuno Amarante,
parente do Zeus do Passado,
pois sua voz altissonante
provinha de Veiro Narrado.
E conversando fiado
com o Netuno Maresia,
o Grande Rei do Mar Salgado,
naquela hora do dia,
dia de muita magia,
a Mineira do Pasmado
Repleto de Resplendor,
esqueceu o neo-do(a)do,
esqueceu seu velho amor,
aquele ser ensolarado,
o tal Toinzão Multicor,
e digeriu um papo bem acabado
com Netuno Adamastor,
que, no Quinhentos, já passado,
pelo Camões, exaltado,
foi brilhante, transformado
em Montanha de Valor,
separando o Mediado
do Moderno Concolor.
O que, no início, não sabia,
nem mesmo desconfiava,
era que, ao longo do dia,
que a findar já começava,
muita aventura sandia
a sua viagem entrevaria,
e tão cedo não chegaria
ao Monte que tanto amava.
Pois, para seguir sempre adelante,
em direção ao Super Monte
da Grandeza Original,
a Diannazinha Voante
teve de enfrentar,
com rompante,
o furor desavisante
de um Veiroto Zagal.
E era um Azagal Implicante,
bolorento, decadente,
antigamente importante,
antigamente influente,
da Idade Medial,
pois para chegar ao Mirante
com palavra-luz, somente,
aventuras neobrilhantes
teria de enfrentar, dali pra frente,
afinal,
uma vez que,
no Vinte Um Já Imperante,
neste Brasil Importante,
um cantar altissonante,
narrante e muito rimante,
não constava incomodante
em novíssimo embornal
de cantador impressionante
à moda do tal Zagal,
qualquer cantor neovagante,
de Epopeia Triunfante,
nunca se viu, aqui, atuante,
neste Vinte Um já passante,
e a Dianna Anelante
necessitava, inflamante,
de um Cantar Neo-Importante
para vencer o Azagal,
o tal Zagal Maioral,
que, numa mesinha rasante
de cor insignificante,
apoiado no beiral,
ouvia a conversa incessante,
insólita,
meio girante,
da Dianna Viajante
com o Vei-Netuno Abissal
de Natureza Imortal.
O Azagal Implicante,
com fúria descontrolada,
ria da Dianna do Monte
e de sua parolagem cifrada.
E lá em seu canto borolante,
um lugareco esconsado,
cantinho bem antiquado,
em uma mesinha baloiçante,
de antiguinho pé quebrado,
por certo!, não-vacilante,
ainda vei-resguardado
por livros de antigo falar,
o Azagal, já destronado,
queria com ela lutar,
luta de Narrador Inflamado,
per com ela pelejar,
só para, com fúria, irritado!,
com veira destreza!, provar
que o neo-d(o)ado,
desarmado,
de um neo-canto espiralado,
era linguagem neo-vulgar,
pois se esquecia, o Atrasado,
que o cantar do Vei-Passado,
no tal Segre Começado,
teria de se ajustar,
com muito agrado, enrolado!,
às normas de um neo-renovado
e diferente narrar,
repleno de versos rimados
e história não-linear,
quomodo fez o Pessoa,
o Fernando D`Além-Mar,
o Fernando de Lisboa,
em sua Mensagem sem par,
no século XX já passante,
um Segre mui estressante,
caótico, beligerante,
que vai dar o que falar
no futuro-ali-adiante;
o Fernando de Lisboa
de Portugal Secular,
e cujo Canto ressoa
acá nesta debanda do Mar,
o mesmo Marzão de Água Boa
que banha a Banda de Lá.
Para a Empresa acertar,
a ajuda especial
do Faetonte Milenar
seria coisa normal;
o seu brilhoso sem-par
iluminaria o Neo-Astral
da Diannazinha Dalmar
ou da Serra Original
chamada de Conceição
por seu povo animação,
por seu brilhoso pessoal.
Só que,
em do(a)do aladu’instante,
a Dianna ficou só,
o tal Bonitão Faiscante,
numa tristeza de dar pó,
sumiu entre as nuvens, Brilhante,
deixando a Dianna n’um nó,
um nó no enredo cantante,
enredo desafiante,
um Sol-Lá-Si sem o Dó,
barbante muito enrolante,
com palpitação anelante
no fundo do seu gogó,
u’a palpitação estressante,
por certo neo-intrigante,
tendo de cuidar da Voante
Carruagem Extra-Astral
e da Malta Guard`Atlante,
no final do Arrebol,
a Malta do Veiro Irritante
de Raiva Descomunal.
No entanto,
mui rebuscado,
a Dianna estacionava
com o Netuno Vei-Primado.
E a Senhora Noite já chegava
com seu mover camuflado,
obrigando a que Andava
a pernoitar no Abrigado,
ou seja,
na Maison, Aquariava,
de Urano Desregrado,
aquele que se exilava
no Galpão Peixe Dourado,
enquanto o dono da Casa,
o Netuno PreAmado,
mareava e marolava
no Chalezinho Encantado,
Chalezinho Aquariado
de Urano Mal-Amado,
os quais, neste Neo-Enrolado,
os dois,
de Casa tinham trocado.
O Heliosponte longe estava,
a brilhantar do outro lado.
No Oriente ele passava
seu Grã Carrão enfeitado,
com mil lanternas, brilhava,
à moda do Orientado,
um Carro de brilho quente,
um Carrão mui colorado,
um Carro bem diferente,
robusto, revigorado,
o símbolo do Sol Nascente,
conduto evidenciado,
diferente do Ocidente,
ad’aonde já chega cansado,
o acá dito Sol Poente
do Ocidental Mumificado.
E o Toinzão Itinerante,
antigamente chamado
de Faetonte Gigante,
o filho desnaturado
de Apolo Helius Brilhante
daquele passado honrado,
por certo! bem decorado!,
o que roubou o carro’ardente
de seu pai sacralizado,
trazendo para o Ocidente
as brasas do Luminado,
só para agradar toda gente
de nosso Bello Cercado,
pois o Brasil Super Potente
é por ele muito amado,
o Sol brilha, incandescente,
do Norte ao Sul, lado a lado.
Mas, de noite, retornando
ao princípio do Ostentado,
ao Oriente regressando
para brilhar neo-redobrado,
as Orientais neobeijando
com beijo revigorado,
e só pela manhã voltando
com neobrilho energizado,
às primeiras horas do dia,
para continuar o firmado,
ou seja,
oferecer companhia
e beijo revitalizado,
um beijo de Estrello-Guia
na Diannazinha Maria
do Cantar Espiralado,
pois, à noite,
no escuro, rumaria,
a Dianna Neo-Narrado,
com a força da assuãrazia
de
grupo esoterizado,
lá p’las bandas da Abadia
de Amadeus Mui Amado,
que, junto de neoconfraria,
habitava um descampado
na Gran Montanha Vazia
do Narrar Espiralado,
a Montanha Fiuzaria,
o rumo determinado,
e, por ora,
e por agora,
neste instante
e nesta hora,
Bell sozinha seguiria
e sem rumo vagaria
sem o Faetonte ao seu lado,
mas só depois da assuãrazia,
assuãrazão neo-embolado,
que com muito gosto faria
e novel destacaria
com o Rei do Mar Salgado.
E depois da eixecaria,
repleta de termo cifrado,
palavras sem serventia,
por ser Briga do Togado,
doutor da veira mania
de português latinizado
contra a doutora Dianna
do Brasilês Puridado,
a dona Fiuzaria
do Segredo Companhia
Brasileiro Renovado,
que por supuesto arrostaria
com o Azagal da mesa ao lado,
o douto sem serventia
do Terceiro Começado
prum tempo de gritaria
e parolão repensado
retirado da courelia
do Medial bem trovado,
Neo-Segre da valentia
de romper com o vei-passado,
Neo-Mundo siiralento
a trebelhar com cuidado,
o Vinte e Um de um momento,
por certo!, Regenerado,
em que o Ex-Povo-Mulambento,
no vei-passado humilhado,
escolhe o seu Influente
sem látego no neocostado,
seja ele um Presidente
provindo do Sujeitado,
o Metalúrgico Insistente,
de olhar resplandecente,
o Luís Inteligente,
por duas vezes Presidente
do meu Brasil Muito Amado;
ou um Índio Boa Gente
da América do Sul, Valente,
a guiar mui continente
um País Civilizado;
ou um Mestiço Inteligente,
negro e branco na corrente
do sangue sacralizado,
vencendo a fúria demente
do Presidente Passado,
vencendo batalha afolente,
neocombate acirrado,
na América do Norte De Mente,
no Próximo Assinalado,
o 2008 da Frente do Povo Politizado,
o Obama, Presidente
do Americano Estressado
que, guerreando no Oriente,
por ordem de Imprevidente,
almeja, impetuosamente,
o Americano inocente,
o sossego desejado,
votando no Diferente,
um Negro de Verbo Ardente,
impetuoso, animado,
provando, pra toda gente
do Mundo Civilizado,
que o preconceito existente,
até ao Segre Vei-Passado,
não vingar-se-á no Presente
de um Milênio Renovado,
distante de guerra indecente
e de cogitar atrasado,
buscando o Futuro de frente
sem temor do neo-d(o)ado;
então, eis aí, minha gente!,
o que vos afirma a Vidente
Dianna do Neo-Narrado:
no 2008,
diversamente
do que ocorreu no Passado,
a América do Norte, inclemente,
de preconceito atrasado,
terá, como Residente
do Palácio Esbranquiçado,
um Negro Grandiloquente
no Pedestal bem firmado.
Pois, agora, estacionada,
parolando com paixão,
um tantinho espiralada,
mas com presilha no chão,
com a companhia d(o)ada
de Netuno Posseidon,
sorvendo história passada
repleta de muito som,
o som que vinha da Pousada
do Veiro Aviziboõ,
olhando PerDuração Puridada
brilhantemente espalmada
na palma de sua mão,
antevendo um Porvir Sem Muro
para o Brasil Neo-Nação,
sabendo-o muito seguro
nas mãos do Luís Grande Irmão,
o disposto com urdidura
para salvar o Mundão.
Assim, Amém!,
Assim Seja!
Que o Deus do Céu o proteja!
E que a nossa Seara seja
uma Sinecura Segura,
um emprego mui disputado
por Brasileiro Constante
ou Estrangeiro Viajante
do Mundo Globalizado,
e que toda Criatura,
deste Mundão Açulado,
antecoante,
em paz,
asado,
na próxima Via Futura,
venha partilhar da Fartura.
Então?!
Então não?
A Dianna parolava
com o dito cujo Jaião,
o Jaião da Maré Brava,
tão longe de seu Sertão,
aquele Sertão da Alcaçava
de Amadeus Antigão,
o tal Mago que habitava
o Alto da Conceição,
um Monte Azul que evolava
de seu Pensamento em Ação,
Aquele que em Minas estava
para lhe dar proteção,
enquanto a Dita morava
na ex-Capital da Nação,
a Cidade que reinava
no fundo do coração,
pois a Cidade adotava
os que vinham do Sertão,
dando guarida, velava,
ofertando proteção
à mineirada’atilada,
que vinha espiralada,
com a escudela na mão.
Mas, a parolagem da Dianna,
com o dito Jaião Mareante,
era uma intriga-gincana
sobre o passado distante,
quando o Netuno reinava
nas águas do Veiro Atlante
e as sereias namorava
nas praias de lá, passante,
no tempo de mil amores
e de muito beijo ardente,
amor de mil’esplendores
despertando o Mar dormente.
Mas, quomodo o dito e grafado,
o outro Jaião Implicante,
o Jaião Latinizado
de um tempo já bem distante,
estava, ali, na mesa ao lado,
pronto para um EntreVero arretado
com a Diannazinha Dummont,
dizendo que o seu Parolado
era Comédia Farsante,
pois a Dianna do Cercado
do Neo-Brasil Imperante
não possuía palafrém neoblindado
para seguir adelante,
e que o seu Novinho Enrolado,
com verso neocamuflado,
era Canto insignificante,
um brasilês sem costado,
do português bem distante,
um português devastado,
destruído e mal-falado,
sem o valor do passado,
para seguir sempre adiante.
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