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terça-feira, 25 de outubro de 2011

A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 3


A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - 3

NEUZA MACHADO

Nesta “Demanda Actual”,
do Terceiro – Vinte e Um –,
do “Sancto Graal Nacional”,
– Futura Copa Incomum –,
a que narra, cantará,
com engenho e muit’ação,
a vidinha ao deus-dará
da pobre população
de um País Abençoado
com fartura em profusão,
mas que em Passado Atrasado
– não esquecido, isto não! –,
em que um Povo Assinalado,
pra ter fartura em montão,
vivia desmotivado,
com doença e sem ação,
vivendo vida incruenta
– o meu Brasileiro-Povão –,

pois, ao final dos noventa,
do Vinte Sem-Condução,
ficava com o bolso vazado,
a trabalhar por tostão,
comendo o pão amassado,
com o Rabo do Tinhão,
feito com trigo mofado,
replecto de podridão.

E quando não tinha nada
no fogão do meu Povão
pra nutrir a criançada
com boa sustentação,
a família azarada,
sem nenhuma condição,
sem empreguinho, sem nada,
em magoada arribação,
saía pela Cidade
com o pratinho na mão,
implorando caridade
pra os que tinham coração.

Quando o Terceiro chegou,
o Século da Salvação,
a vida do pobre mudou,
graças à Nova Eleição,
– uma Eleição!, com efeito! –,
e o Brasil então ganhou
vida nova, gran respeito,
muita consideração
por parte do Mundo Veiro
que perdia seu Milhão,
pois enquanto o Estrangeiro
guiava na Contra-Mão
o seu progresso financeiro,
perdendo a direção
de como ganhar dinheiro,
sem cuidar do seu povão,
o nosso Gran Brasileiro,
o Luís, revelação
de um Guia Bom-Timoneiro
para a Brasileira-Nação,
com a força de quem sofreu
no Passado privação,
a Gran Tormenta venceu,
sacudiu a inação
que fazia o Brasileiro
aceitar a escravidão,
submisso ao Estrangeiro
que era o Grande Patrão.

E tudo aqui melhorou!
Com a Moral mais elevada,
o Brasileiro ganhou
a nutrição desejada
– aquele muito pobrinho
que saía pela estrada
com a Família em desalinho
pedindo boa pousada,
muita bondade e empreguinho,
à Elite Endinheirada.

Mas a “Demanda Actual”
não pode agora parar,
a “Demanda Nacional”
precisa muito lutar,
ainda há pobres sofrendo,
a viver ao deus-dará,
muitas pessoas morrendo
sem o Nutritivo Maná.

E o rico, aqui da Parada
(as Revistas e os Jornais),
a reclamar, de lufada!,
como nunca se viu!, jamais!,
da Bolsa-Família dada
ao brasileirinho sem-eira,
um dinheirinho de nada,
que muito ajuda na Feira,
uma Bolsa abençoada,
uma ajuda hospitaleira,
uma bem-vinda guinada
em nossa Rota Brasileira,
que custa menos que os “Quilates”
doados, pelo Rico Milhardeiro,
aos “Uisqueiros” das Boates
das Cidades do Estrangeiro.

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