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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

AS AVENTURAS PROSOPOPAICAS DE DIANNA VALENTE - 6



AS AVENTURAS PROSOPOPAICAS DE DIANNA VALENTE - 6


NEUZA MACHADO
 
 
 




VI


Ao Monte Distante

do Divinal Instigante

foi viagem Sem-Par

na Carruagem Estelar.

A Dianna Irisante

estava pensante,

interiormente’afolada,

na Hora Vergada

do Tempo Passante,

e o Toinzão Bonitão,

more or less caladão,

ao longo da Estrada

Por Certo! Enrolada,

à moda d’infanti’amanti’rompante,

estava falante.

 

E eis que,

naquele deslumbrante dia

de suave letargia,

a Dianna Mineira Valente,

uma Notável Incomum Vidente,

por intermédio do tédio

e de brilhante poderosa lente

e de registrada magia,

já havia previsto, a dita,

aventura mui bendita,

aventura por certo! segura,

por certo! muito bonita!,

ao longo da Varredura

da Via um pouco interdita

que vai à Serra Futura,

a qual se chamará Ventania

na próxima nomenclatura

desta narradora Sem-Guia,

pois lá a guedelha eriçada

do tal Mago da Alcaçada

que fica na Serra Vazia,

no alto da espiralada

trilhazinh’abandonada

do Neo-Narrar Inseguro,

que, na Duração Já Sem-Muro,

sem erro! terá serventia,

pois lá a guedelha eriçada

do Bell Mago da Indomada

recebe a suprema magia

de uma ventarol’alada,

um muito! Desordenada!,

também eriçando ela

a Cabeleirinha Branquela

da Narradora do Nada,

pois foi lá que começou,

e a narradora a mim contou,

a Aventura Mui Segura

da Dianna Arthemis Valente,

Honorável Incomum Vidente,

resguardada pl’o Toinzão

Charreteiro Bonitão,

um Charreteiro Eternal,

mas de bom coração,

por oferecer luz sem-igual,

uma luz matricial,

ao pobre’humano vagante

de um passado imortal,

o Toinzão Itinerante,

por ser u’a figura tal,

a tal figura’inflamante,

uma recópi’atual

de Faetonte Gigante,

aquele filho roubante

da Carruagem do Sol,

ou Hélius Apolo Cantante,

um músico itinerante,

um músico fenomenal!,

um  demiurgo de Escol,

que sabe girar o Sol,

um ex-dono incomodante

da Viatura Voante

que no vigor do arrebol

risca a telona gigante

da realidade marcante

do sonho transcendental,

com mil paletas faiscantes,

paletas de tons brilhantes,

de cores reverberantes

e muito et cetera e tal.

Então?!

Então foi nesse dia

de suave letargia,

que a Dianna Quiromante

pegou a Carruagem Vazia,

uma Charretinha Brilhante,

e foi, com espetacular maestria,

até ao Monte Gigante

com notável companhia,

o tal Faetonte Brilhante,

o seu Charreteiro do dia,

o Charreteiro Importante;

de dia, um Estrello-Guia;

de noite, muito distante.

 

E a viagem seguiu compassante,

em volteios triunfais.

A Dianna, anelante!,

e o Charreteiro, demais!,

querelando armar, triunfante,

uma querelona sagaz,

naquele Bello Horizonte

de Veleidades Astrais

dos tempos prosopopaicantes

que não voltam nunca mais,

realçando a palidez dela

com risos descomunais,

com a cabeleiron’amarela

brilhando cada vez mais,

u’a luz de grande vela

em feixes originais,

as cores da Quinta Estrela

de Grandezas Sem-Iguais

a iluminar a Via Bella

que vai a Minas Gerais.

 

Enquanto a Dianna pensava,

distraída e anelante,

o Charreteiro brilhava

naquele Céu tão brilhante,

e a tal Carruagem passava

por cima do Mar Atalante,

pois quem dirigia e encantava

era o dito Heliosponte,

cujo brilho irradiava

no Filho de Apolo Amante,

conduzindo a Andarilha

rumo ao santo Santo Monte,

Monte de Maravilha,

de colorido vibrante,

situado e ampliado

nas Minas Gerais distante,

ancorado no passado

desta narradora rolante,

passado idolatrado,

repleto e sacralizado,

com muita estória importante,

tirada de saco engomado

com gomalina marcante,

saco sem fundo, vazado,

de devaneio intrincado,

mostrando no fundo rasgado

um mundo reedificante,

promessa de muito narrado,

narrado reestruturado,

muito bem armazenado

diferente do contado

pelo substancial dominante,

o substancial do Pasmado,

do Pasmado Antiquado,

que por força do Passado,

Passado glorificado,

quer-se acima do Horizonte,

mui longe outrora aprumado

no sem-fim organizado

de um Norte Desencantado,

Terra de Gente Gigante,

pisando no pobre-coitado,

o proto-neo-habitante

deste Sul Interessante,

como se fosse o tal colonizado

um ser insignificante,

unzinho qualquer malsinado.

 

Pois um Brasil Glorificado,

a Diannazinha buscava no tal Monte Adivinado,

para que o Futuro Assinalado

soubesse que o Brasil Adorado

per seu Povo Maltratado,

de Passado Malsinado,

de Povo Desautorizado,

acordou, bem renomado,

naquele incrível instante,

pois um Pré-Dito sem Calçado

tornara-se um Gran Gigante,

e que o Brasil Colonizado

até ao Vinte Perpassante,

já se via idolatrado

em Vera Terra Distante,

no princípio assinalado

de um Vinte e Um Importante,

o Terceiro Aquilatado,

desde o início pré-julgado

como Milênio Interessante,

e o Brasil Colonizado,

naquele instante’atuante,

se vendo Neo-Governado

por Mão Firme-Comandante,

Mão de Governo’Honrado,

por Deus-Pai abençoado,

por Ele muito estimado,

pois Pernambucano’Atilado,

Governanti’Ajuizado,

pelo Povão Adorado,

era já fato afirmado

no Ágora Fortificado

da Neo-Nação Verdejante.

E, agora, depois do excursado,

com muito parolão recriado,

de longe, a Terra avistada,

a tal Montanha Importante

de sua Terron’Adorada,

pertinho de Belo Horizonte,

Capital Mui Fascinante,

e, por companheiro de Estrada,

contava, a dita Vagante,

com o Toinzão, que ela amava,

o dito Neo-Heliosponte

Filho de Apollo Brilhante.

 

Mas, o espertinho Truão,

logo que o dia findou,

desapareceu, de roldão,

e a noite logo chegou.

Então.

Então, não?!

Por que não?

Para chegar à Pousada

de Amadeus Quiromante,

o Sacerdote do Nada

além do Tudo Imperante,

situada na entrada

daquele Monte Vibrante,

precisava a Galanada,

a dita Dianna du Monte,

de força revigorada

para seguir adelante,

e sem a presença neopensada

do Filho de Apolo Cantor,

a mineirinha afolada,

da novel estrad’alada

cheia de curva e fervor,

não versaria um nada,

não mostraria valor,

pois, Viajar Deserdada,

totalmente Exerdada,

em Via Espiralada,

por vezes muito intrincada,

é viagem de doutor,

e a mineirinha do d(o)ado

repleto de resplendor

se viu em mato intrincado,

sem saída e sem andor,

sem arma de Bell Passado

para lutar com louvor,

sem palafrém equipado

com mantilha de valor,

sem palavrório atilado,

sem verça de ditador,

e tudo isto, Meu Amado!,

do SolLuz necessitado,

para, com tino dobrado,

registrar com mui agrado

um Bell`Amor divinado

pelo Brasil Redentor,

no Ato deste Enrolado,

resgatado e respeitado,

em Plagas distantes firmado,

firmado e protocolado

como Terra de Valor.

 

Mas, no entretanto do Ato,

sem o apoio sensato

do Toinzão Itinerato,

a Carruagem Motorizada

de Vida Despoliciada,

em forma de Navio Mercante,

passava desarvorada

por cima do Mar Atalante

e dentro dela, aluada,

ia a Dianna do Monte,

pois, antes de chegar à morada

de Amadeus Quiromante,

precisava, a Espiralada

do Fôlego Reconfortante,

tomar água consagrada

per Netuno Embriagante.

E, buscando uma saída

para seu navegar anelante,

foi a Desconhecida Vivida

do Cantar Incomodante

comprar a renovada bebida

em Adega Preferida,

cujo proprietário de lida

era Netuno Bacante.

E em seu sonho pivotante,

cuja raiz anelante

estava em um Novo Horizonte,

ou melhor, muito melhor,

no alto do Gran Gigante

da Cidadela Esplendor

perto de Bello Horizonte,

foi, a pouco distinguida

na Ara do Trovar Firmante,

conversar, mui comovida,

comovida e enaltecida!,

com o El-Rei do Neo-Atlante.

 

E foi a Dianna do Monte,

com Netuno Embriagante,

revolver o seu passado,

com saudade confortante

e parolão aluado,

e se recordou do instante,

que alheada e inquietante,

com o coração compassado,

viu o grande Mar Atlante

do Rio de Janeiro Amado,

na hora prima incessante

de seu viver transformado,

longe de Belo Horizonte,

a capital atuante

de seu Estado venerado,

Minas Gerais, triunfante,

lugar de gente inflamante

e de coração adoçado,

seu domicílio distante,

agora só sonho sonhado.

 

Então a Dianna do Monte,

a revolver o passado,

se recordou do instante,

que alheada e inquietante,

com o coração compassado,

esteve, bem confortante,

diante do Mar Rebrilhante,

no Rio de Janeiro adotado.

É que naquele proto-instante

de sonho desenfreado,

a Dianna Incomodante

não era mais do Roçado

lá de Minas Gerais,

a Cantante

era a Dianna Adamante,

chamada também Del Mar.

 

Na Praia do Saco Grande,

lá p’las bandas do Mirado,

estava a Dianna Dummont

diante do Jaião Mareado,

o tal Netuno Amarante,

parente do Zeus do Passado,

pois sua voz altissonante

provinha de Veiro Narrado.

 

E conversando fiado

com o Netuno Maresia,

o Grande Rei do Mar Salgado,

naquela hora do dia,

dia de muita magia,

a Mineira do Pasmado

Repleto de Resplendor,

esqueceu o neo-do(a)do,

esqueceu seu velho amor,

aquele ser ensolarado,

o tal Toinzão Multicor,

e digeriu um papo bem acabado

com Netuno Adamastor,

que, no Quinhentos, já passado,

pelo Camões, exaltado,

foi brilhante, transformado

em Montanha de Valor,

separando o Mediado

do Moderno Concolor.

 

O que, no início, não sabia,

nem mesmo desconfiava,

era que, ao longo do dia,

que a findar já começava,

muita aventura sandia

a sua viagem entrevaria,

e tão cedo não chegaria

ao Monte que tanto amava.

Pois, para seguir sempre adelante,

em direção ao Super Monte

da Grandeza Original,

a Diannazinha Voante

teve de enfrentar,

com rompante,

o furor desavisante

de um Veiroto Zagal.

 

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