MODISMOS QUE MASSIFICAM: SERÁ QUE O BRASIL DE 2012 CONTINUA ASSIM? - 3
NEUZA MACHADO
“Com o passar do tempo, dera-me conta de que a fraqueza maior do Terceiro Mundo estava no plano das ideias: éramos colonizados mentalmente, por um lado, e por outro permanecíamos prisioneiros de velhas doutrinas “revolucionárias” que haviam passado de moda nos centros metropolitanos.” (Celso Furtado)
Na maioria das vezes (e porque também somos produtos de colonizadores mentais e não estamos ainda preparados para abandonarmos valores alheios), as pessoas comuns do chamado Terceiro Mundo não valorizam a inteligência, preferem seguir modismos que massificam, que transformam os subjugados em uma só massa pensante. A função da inteligência é questionar, argumentar, refletir, pensar e repensar sobre a validade da direção do impulso massificador.
A consciência pura (privilégio daqueles que sabem repensar e reavaliar as informações recebidas por intermédio dos inúmeros meios de comunicação), de acordo com Bachelard, pode assim fazer uma boa escolha, porque está no auge de sua lucidez, de seu juízo, de seu bom-senso, agenciando o livre-arbítrio. Ela seria o eu consciente racional e equilibrado, repleto de força e capacidade de escolha. Nesse estágio de lucidez, o indivíduo pode ficar em estado de vigilância, pode esperar que alguma coisa se manifeste, que surja alguma intuição ou oportunidade, pode aguardar e guardar (baú de memórias); pode vigiar, para que não entre em seu mundo interior (mundo do indivíduo consciente), qualquer conhecimento que seja nocivo.
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