02 DE OUTUBRO DE 2009: UMA BRASILEIRA REPLETA DE SONHOS DE GRANDEZA PATRIÓTICA
NEUZA MACHADO
Em 2001, depois daquele fatídico 11 de Setembro nos Estados Unidos, um fato que abalou os alicerces do Mundo da Pós-Modernidade, eu me percebia uma pessoa socialmente angustiada. Envolta por vários desconfortos político-sociais, visualizava para nós brasileiros, em relação ao futuro imediato, um Brasil sem perspectivas de crescimento sócio-financeiro (para a maior parte dos brasileiros, aqueles jamais agraciados com uma condição econômica razoável).
Naquele momento (em 2001), uma angústia absoluta se alojou em meu coração, uma pré-ocupação com o Porvir, uma sensação de derrota irreversível (pois o governo do momento já estava quase finalizando o seu mandato e ainda não apareciam as melhoras sociais prometidas). O meu salário como professora horista, por mais que eu trabalhasse em Instituições diferentes ― na época, duas matrículas em Instituições Privadas ―, não me creditava uma razoável tranquilidade para que eu pudesse saldar os diversos compromissos financeiros/familiares.
A fome de milhões de brasileiros da chamada Classe dos Excluídos (naquele ano de 2001, computando a maior parte) era o tema preferido nos noticiários dos jornais (quem estiver interessado em entender o assunto, é só pesquisar nos jornais e Internet daquela época), os quais instalavam o pânico e a impressão de que poucos brasileiros se salvariam da iminente hecatombe, e poucos teriam a chance de sair do Brasil levando suas fortunas para qualquer outro país mais desenvolvido (até mesmo a mídia, aliada ao governo da época, viu-se obrigada a noticiar a terrível praga que estava atingindo a maioria da população brasileira).
Foi então que, submetida às pressões vitais daquele início de Terceiro Milênio, iniciei as minhas Epístolas aos Homens do Futuro, utilizando-me de palavras provocativamente modificadas (pois os jargões estrangeiros imperavam no Brasil, sendo exaltados nas propagandas de cursos de idiomas, principalmente nos cursos de inglês). Em contrapartida, nas entrelinhas das Cartas, eu demonstrava uma confiança inabalável em uma reviravolta político-social que propiciasse aos brasileiros de baixa renda, e aos sem nenhuma renda, melhores dias de vida.
Naquele ano de 2001 (em que eu me via submetida a um altíssimo grau de desilusão patriótica), inseri nas ditas Cartas minhas íntimas premonições. Entretanto, as tais Cartas relacionavam-se a um Porvir melhor, anunciando aos Brasileiros do Futuro uma Nova Pátria que, segundo os meus supostos vaticínios, se mostraria grandiosa, afortunada.
Mas, observava a provável evolução daquela realidade brasileira (muuuito almejada!) por uma ótica temporalmente distante.
Em meus sonhos de grandeza patriótica, vendo o Brasil devendo ao FMI (os Impostos impostos não eram suficientes para saldar a dívida), pensava que não iria presenciar, com meus olhos, de corpo presente, um momento tão importante para a minha Nação. Não percebia, para o meu gáudio instântaneo, em termos vitais, a possibilidade de uma evolução tão impetuosa dos acontecimentos. Mesmo com pouca esperança em uma rápida e benéfica transformação social para o Brasil, nas eleições presidenciais (que vieram a seguir), apostei todas as minhas fichas político-partidárias na vitória do petista metalúrgico Luís Inácio da Silva (aliás, apostas estas reincidentes, teimosas, conscientes, que já haviam sido praticadas em três eleições anteriores em favor de Luís Inácio).
Assim, quando, em plena Era Lula (um grande e iluminado Presidente, ainda hoje menosprezado preconceituosamente pela mídia opositora e pela pequena elite burguesa do Brasil), para a minha indisfarçável alegria, leio a matéria jornalística especializada em Economia, “Crise Fortaleceu o Papel do Brasil No Mundo, Dizem Analistas”, no Site BBC do Brasil (07 de Setembro de 2009), a minha emoção se torna algo inenarrável. A minha confiança por saber que os meus futuros bisnetos nascerão em um País respeitado no mundo inteiro é algo que (segundo meus pensamentos deste momento) merece registro. Mesmo que o meu País não se torne (no Futuro) o Maioral entre os países maiorais do Planeta, o fato da terríííííível fome no Brasil (principalmente no Nordeste), neste momento já se encontrar sob um razoável controle (apesar de bolsões de pobreza extrema ainda existirem), o meu coração já se sente aliviado.
Não obstante os problemas dos brasileiros ainda não terem sido devidamente solucionados, neste penúltimo ano do segundo mandato do Presidente Lula, neste mês de setembro de 2009, percebi que foi conscientemente válido ter apostado em sua segura Gerência Presidencial (apesar da mídia opositora).
E hoje, 02 de Outubro de 2009, consolidou-se a minha certeza. E sei também que no final do ano de 2010 estarei com o meu coração em paz!
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