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segunda-feira, 8 de março de 2010

VII - AS AVENTURAS DE CIRCE IRINÉIA: TERCEIRA PARTE DA PRIMEIRA AVENTURA


VII - AS AVENTURAS DE CIRCE IRINÉIA: TERCEIRA PARTE DA PRIMEIRA AVENTURA

NEUZA MACHADO



O Principim Coroado
da Principesa Rosada
fora amaldiçoado
pela Bruxa Malvada
e obrigado, coitado!,
quomodo ordinário

Sapim Arruinado,
sem secretário-soldado,
soldado animado,
a perambular pela Estrada,
esmolambado,
a sonhar com a Amada,
no Castelinho da Fera,

com certeza!, trancada.
A Bruxazinha Malvada,
muito apaixonada, apaixonada que estava

pelo Principesco Fermoso
da Estoriazinha de Fada,
não quis aceitar

o desamor sem valor
e o horror multicor
do Principim Querubim

de Facezinha Corada.
E transformou seu Amor,
o Príncipe Senhor

da Florestazinha Encantada!,
num Sapim Bem Feim

de Beirada de Estrada,
a coaxar tristemente
cantiga dolente
de almazinha penada,
e a vagar sem destino,
um peregrino girino
em total desatino
a buscar sua Amada.

O Príncipe amava
a Princesinha Donzela,
que, longe, habitava
o Castelinho da Fera.
E a Fera guardava
a Portazinha de Entrada,
a mando da Bruxazinha

da Estória Contada,
prisioneira que era
de terrível cilada,
cilada atilada
bem preparada
com feitiçaria falada,
bem declamada
e muito ensaiada
pela Bruxazinha Malvada.
E a Bella suspirava
cantava e encantava,
por certo enlevada,
pensando em seu Bello
a cavalgar pela Estrada,
no Jardim do Castelo
da Ferazinha Amansada,
sem saber que o Amadim
estava enroladim
nas mandingas inimigas
de horrendas parlendas
da Bruxazinha Malvada.

E a aventura da Circe,
nesta sonolência engraçada,
consistia em beijar
o Feioso Sapim

da Beira da Estrada.
Ela beijou o Sapinho,
com mui amor e carinho,
transformando o Sagaz
em um Bello Rapaz.
Depois, caminharam,
cantando e dançando,
e os dias passaram,
e as noites voaram,
e a Circe Irinéia

no sonho vagando.
E a Circe, sonhando!
Depois, em seu sonho,

duplamente sem-fim!,
bem bonitim,

sem-firim-sem-fim-fim,
com muito festim!,
a Circe enviou

o Principinho Sapim,
em um zás-trás de nortada!,
ventarola dourada,
para os braços gentis

da Princesa Rosada,
que, há muuuito!, esperava
o Príncipe Valente

da Estória de Fada,
para tirá-la, com glória,
da tal Velha Estória,
muito contente!,
livrando-a, assim,

das garras inglórias
da Fera Demente.

Foi este o Desfecho d’Aventura Sonhada.
Aventura no sonho da Circe Afamada,
que dormia, singela!, por certo! encantada!,
no Castelo Tão Bello da Rainha-Fada,
a Vênus Madrinha do Narrar Enrolado,
ouvindo os ruídos que a embalavam
e ninavam
na Madrugada Dourada,
no Plano Pomposo do Ativado Repouso,
Transbordante de Signos e Muito Animado.

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