ODISSÉIA MARIA DO ASSOMBROSO TREM ANTIQUADO DO SÉCULO XX FINADO DO BRASIL DO PASSADO - 1998 / 1999
NEUZA MACHADO
... mas, ora, quem diria?,
o Assombroso Trem Antiquado das Histórias Sem-Glórias Americanas do Sul Atrasado do Passado Patriarcado atravessou o Cruzamento Perigoso do Grandioso Pensamento Interdito Futurista muito antes do Brasileiro Ônibus Velho Parado do Século XX Finado,
mas, daqui a pouco vamos continuar lentamente a direção ao Futuro Sem-Muro;
daqui a pouco subirei novamente a Escadaria Sem-Fim do Templo Sem-Fim do Glorioso Saber,
ou Casarão do Saber Glorioso,
escolha o nome que Você quiser,
Você entendeu, não entendeu?,
meu Netinho Amadinho do Futuro Sem-Muro Seguro?;
depois, farei tudo o que foi dito anteriormente;
voltarei para a Casa Rosada,
para o meu Micro-Casulo Rosa de Seda Tijucana Bacana;
mas, como eu estava dizendo,
enredei-me em minhas próprias Palavras Aladas;
mas quomodo eu ia dizendo os Estrangeiros Altaneiros se dão bem no Brasil Varonil,
neste Segundo Milênio Insano e Profano-1999,
ficam ricos quando vêm para cá, amém,
e abrem padarias portuguesas, amém,
lanchonetes americanas-francesas vistosas, amém,
et cœtera, etc, amém,
e neste Anno Insano de 1999, amém,
nós vamos comendo os pães caros que eles amassam, amém,
digo, que os seus preguiçosos empregados brasileiros amassam, amém,
pães caros em troca de um salariozinho de nada sem sal,
neste Anno Profano de 1999,
não dá nem para comprar o sal para temperar a sopa rala do Domingo Pascal;
quem amassa os pães caros das Vistosas Maisons Estrangeiras,
neste Anno Insano de 1999,
são os pobres e preguiçosos Empregados Brasileiros sem substância vigorosa resistente;
e vamos comendo o pão que o diabo amassou,
neste Final de Segundo Milênio-1999 do Brasil Colonizado Mental Brasilês,
o pão que o diabo amassou com o rabo,
sempre dizendo amém, amém, amém, amém,
cada vez mais pobres e desiludidos, amém,
repetindo as mesmas sentenças de sempre,
se no hoje de 1999 não tem, amanhã deusdará,
deusdará o pão e as vestimentas e tudo o mais que o pequeno salário sem sal não puder comprar;
no entanto,
óh! Maravilhoso País o Brasil Varonil!,
ninguém quer sair desse Paraíso Tropical,
nem os poucos muito ricos, nem os muitos muito pobres,
ninguém quer sair de acá,
neste Finalzinho de Século XX, 1999, preste atenção!,
ninguém quer sair dessa Homérica Pobreza,
dessa Homérica Miséria;
mas, lá fora, por ora!, o Brasileiro Sofredor não tem vez, não Senhor!...
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