19 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - RIO DE JANEIRO, 10 DE FEVEREIRO DE 2002

Hoje, Meus Queridos Amigos e Amigas do Futuro e Brilhante Brasil Varonil!, dia 10 de Fevereiro de 2002 (nunca s’esqueçam da data!), é um Momento de Muuuuuuita Animação nesta minha Realidade Histórica Praláde Tumultuada. A Maior Parte dos Brasileses (não s’esqueçam jamais dessa Pobre Maior Parte de 2002!) esqueceu seus problemas cotidianos, temporariamente, e caiu na Folia (unida temporariamente à menor parte que não tem problema algum). Desde a Noite de Sexta-Feira (09/02/2002), os “Felizes” Foliões estão nas ruas, nos clubes, nas passarelas do samba, e em outros locais, se esbaldando pravaler no Carnaval do Brasil, a Incomparável Diversão Annual de Nosso País Varonil (o qual será Festejado até à Meia-Noite de Terça-Feira - 13/02/2002, ininterruptamente). O Carnaval, apesar de ser uma Festividade Bem Antiga, oriundo da Grécia dos deuses pagãos, aclimatou-se por acá, fixou raízes, e, por mais que sejamos Terceiromundistas (até este momento de 2002), a verdade é que o Mundo Inteiro se curva ante o Esplendor e a Beleza de nossa Grandiosa Comemoração.
“...mas, como eu ia dizendo, o pobre não aproveita nada na Terra do Ão, quero dizer, só os ricos aproveitam tudo na Terra do Ão, o pobre só aproveita o Carnaval, meu irmão, economiza muito só para sair no Carnaval, e pula e dança e grita e canta a noite toda com muita resistência, nesses dias, pobres e ricos se irmanam na Terra do Ão, ao som dos batuques, das cuícas e dos tamborins, e todos dançam e pulam como loucos nas ruas do Brasil Varonil, as Escolas de Samba desfilam na Avenida, na Avenida que é a vida dos carnavalescos do Rio e de outras Cidades, e a dança mais popular do Brasil invade os salões e as ruas e as boates e os clubes, e as moças e moços requebram e dançam ao som das baterias, baterias de músicos carnavalescos, que tocam três dias seguidos sem parar, e é um espetáculo pagão de rara beleza, a música carnavalesca nas ruas do Rio, o céu abraça a terra iluminada, e as luzes se encontram, as luzes das estrelas do céu e das estrelas da terra, jovens se fantasiam para o Grande Carnaval, e sambam e dançam até o sol raiar, os velhos também dançam, é muita alegria, às vezes não param, emendam o dia com a noite, são três dias de festa e orgias sem fim, as bebidas dos deuses pagãos enchem as copas dos mortais, dos pobres mortais da Terra do Ão, e a grande alegria invade os salões e as ruas, e o meu Salgueiro querido vai desfilar na Avenida, uma vibrante Escola de Samba localizada na Tijuca, e que, às vésperas do Carnaval, ensaia seus sambas na minha rua, e essas noites de ensaio não me deixam dormir, digo, não consigo dormir, porque o som é vibrante; depois dos ensaios, o meu Salgueiro querido desfila na Avenida, o meu Salgueiro desfila com garra, pra ser campeão, o meu Salgueiro quer ser campeão, e o céu todo abraça a terra iluminada, abraça a Terra do Ão, meu irmão, e o povo todo esquece os seus insolúveis problemas, homenageando com carinho o poeta popular, e o povo todo quer morrer no Carnaval, morrer sambando e cantando, pra esquecer suas dores, por que somente as alegrias da vida valem lembranças, e o lá-lá-rá-lá-rá-rá invade os corações com alegria, no Rio de Janeiro todo mundo vai cantar e sambar, no Rio de Janeiro, o céu abraça a terra iluminada, quando o povo quiser morrer, após um porre, morrerá feliz, porque sambou e cantou, mas como eu ia dizendo...”
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