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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ODISSÉIA MARIA ZODIACAL DO FINAL DO SÉCULO XX – 1998 / 1999

ODISSÉIA MARIA ZODIACAL DO FINAL DO SÉCULO XX – 1998 / 1999

NEUZA MACHADO

SEGUNDO CANTO


DIÁRIO / NARRAÇÃO


... 12 de dezembro de 1998,
9 horas e 35 minutos,
horário de Verão no Brasil Varonil,
10 horas e 35 minutos
no Relógio Central do Rio de Janeiro;
a Lua está em Libra,
o Sol em Sagitário,
Vênus Madrinha inicia a sua caminhada,
atravessando os domínios de Capricórnio,
prometendo-me um grande amor milionário do ar;
eu, Odisséia,
de vez em quando Irinéia,
nasci sob as bênçãos de Júpiter Patrono
e ele estava em paz convosco,
óh! divo Mercúrio!;
ora, Capricórnio é o meu signo
das finanças voláteis volúveis,
e a minha Vênus Madrinha
do Trabalho e do Amor
passeando em território capricorniano
não me faltará desta vez;
e por falar em Júpiter,
este quase me deixou na mão;
quando nasci,
lá pelas bandas de Minas Gerais,
Carangola, Brasil,
o praláde benigno dos Oráculos
Modernos/Pós-Modernos
estava naquele momento ensimesmado,
desconfiado,
calado,
domiciliado temporariamente no signo de Escorpião,
e todo astrólogo que se preze sabe
que Escorpião é o Inferno Astral dos Sagitarianos;
entretanto, a minha Estrela de Boa Sorte
não me faltou naquela hora tão importante
de revelação existencial,
as Novíssimas Parcas do Século XX,
três superprotetoras amigas,
seguraram o corte da linha divisória
entre o Nada e a Vida,
naquela zona da Indevassável Mata Mineira de Abertura
que determina ao ser humano a capacidade de pensar,
para que o nascimento se desse exatamente
na madrugada de vinte e cinco de novembro,
e adivinhe Você, Futuro Leitor
de linhas epo-ficcionais pós-modernas,
Leitor da hora certa,
hora de revelação
do Mundo Tenebricosamente Silencioso,
às vezes estático,
daqui a alguns anos,
quando estarei ainda muito viva e com saúde,
quem estava, naquele momento,
pontificando no céu,
tornando-se para sempre o meu signo ascendente?,
Escorpião;
talvez Sagitário!;
Júpiter e Vênus e Mercúrio estavam ali
unidos, também,
enviando-me seus fluidos benéficos,
e o mais importante é que Vênus retrogradava;
o acontecimento ao invés de prejudicar-me
ajudou-me horrores e maravilhas;
Vênus, na Casa Um do Ascendente
poderia tornar-me uma mulher sem complexos vitais,
se estivesse caminhando para frente,
mas isto não aconteceu,
ela estava andando para trás,
e, felizmente,
pude tornar-me uma mulher menos preocupada com os desejos carnais
e mais preocupada com as metas inatingíveis do coração;
então, hoje, 12 de Dezembro de 1998,
Vênus Madrinha está em Capricórnio,
minha Casa Dois do Horóscopo Solar e Três do Ascendente,
por certo, tenho motivos para me rejubilar,
desta vez, aquele rico amor luminoso e inatingível não me escapará;
é bem verdade!,
o inatingível me seduz,
sempre me seduziu e seduzirá,
mas Vênus Madrinha Brilhante não me faltou
na hora do meu direito de
livre-arbítrio,
de decidir sobre o que fazer da minha vida
naquele antigo mundo mineiro patriarcal;
mesmo andando para trás,
Vênus em Escorpião será sempre indicadora de força amorosa,
assim dizem os Imensuráveis Incríveis Magos Adivinhos do Final do Século XX;
graças a Vênus Implexora em Escorpião,
sou uma mulher-teceloa,
entrelaçando os fios da substancial imaginação,
fios que se
cruzam e entrecruzam com urdidura,
tecendo uma teia de sonhos e risos sem-fim;
o riso, óh meu Leitor do Futuro!,
ainda é a melhor arma para balançar as estruturas hipócritas deste final do século XX,
de passagem para o XXI,
mesmo que você não acredite em mim,
apesar da PVC e das rugas e do desenrolar do tempo,
a PVC, você descobrirá depois, é o meu maior problema atualmente,
a consequência natural da Vida,
no entanto, a partir de hoje,
12 de Dezembro de 1998,
terei toda a probabilidade de realizar todos os meus sonhos,
é Vênus Amorosa Madrinha afirmando-me tal prognóstico,
o super-homem dos meus anelos mais bellos,
ele na casa dele e eu em minha casa,
em festivos e intermitentes encontros;
as minhas viagens vitais, mentais e astrais;
graças a Vênus Madrinha andando para trás,
possuo a glória de ser uma ilustre desconhecida,
jamais verei o meu nome inscrito na calçada hollywoodiana das estrelas;
quanto a Júpiter Troante, em Escorpião,
naquele longínquo 25 de novembro,
hoje, dia 12 de Dezembro,
véspera do dia dedicado à Santa Luzia,
mártir da Igreja de Roma e padroeira de Carangola,
“minha Santa Luzia!, imploro-lhe que ilumine o meu caminho bonitinho,
para qu’eu possa enxergar somente o itinerário que leva à santificação da alma”;
hoje, o Astro Patrono Júpiter Tonitruante está em Peixes,
sua Casa Domiciliar,
no passado, antes da descoberta de outros planetas,
Sagitário dividia com Peixes o privilégio de hospedar Júpiter,
o Senhor Todo-Poderoso do Olimpo Romano;
em verdade, os romanos, muito espertos, tomaram Zeus dos gregos
e o transformaram em Júpiter,
no entanto, para mim,
vejo sempre em Júpiter o poder de Zeus,
o danadinho usurpador,
o malandro usurpou o trono de seu pai Saturno;
por falar em Saturno Severíssimo,
regente de minha dita Casa Dois do Mapa Solar e Casa Três do Ascendente,
hoje em Áries,
depois de uma rápida passagem por Touro neste 1998,
mas, como eu ia contando, brilhando em Áries,
em sentido direto,
naquele longínquo nascimento estava em Leão,
abrilhantando a minha Casa 9/10,
não s’esqueça do meu ascendente!,
juntamente com Plutão Especulador dos Segredos Alheios,
no auge dos seus treze graus,
no Signo de Leão,
esticando seus raios até Júpiter Protector Vigoroso,
a treze graus de Escorpião,
numa quadratura que teria tudo para sacudir maleficamente minha vida,
se não fosse Júpiter Intrépido meu guardião e amigo,
o dito defendeu-me bravamente naquele passado distante,
possibilitando safar-me das Leis do Destino
e oferecendo-me o número treze quomodo número de sorte,
assim, o treze entrou em minha vida,
Marte Corajoso Guerreiro,
quero crer,
estava também a treze graus de Sagitário,
13° ou 14°,
os astrólogos às vezes se enganam,
um pouco distante do meu Sol sagitariano,
meu Sol a 3° de Sagitário,
graças a essa pequena distância de 10° não se chocaram;
felizmente, para mim,
fui batizada em 13 de julho,
pude ficar noiva em 13 de junho,
casar com um homem nascido em 13 de junho,
em um 31 de dezembro,
a primeira filha de 13 de novembro,
e permiti-me continuar cultuando o número 13,
sem nunca temer a sua força purificadora,
olhando-o sempre como símbolo de renovação,
no Tarot, não vejo o lado negativo deste número de superstição,
observo apenas os aspectos positivos;
lá se vão meio século e dois anos de vida,
com uma Carta Astral predicando uma quadratura exata entre Plutão e Júpiter,
a 13° (treze graus),
no entanto, tal quadratura nunca me prejudicou,
conheci uma caminhada de vida dificultosa, sim,
mas sempre realizei insólitos e implexores pensamentos,
outros teriam renunciado ante a quantidade de obstáculos;
assim aqui vou eu, Circe Irinéia Odisséia Capitulina do Brasil Varonil,
viajando em mim mesma,
descobrindo, sempre,
os astros não são os donos do destino de um ser humano,
existe o livre-arbítrio nos dias atuais;
e milhões de bolas de ar para o
destino pagão,
sou católica romana e creio em Deus Pai,
mas não deixo de perscrutar o futuro;
a minha realidade de habitante de um mundo caótico,
participante ativa de uma mudança de século e de milênio,
me leva a pensar no amanhã
e massifica-me com estas revistas de horóscopo espalhadas por aí,
enfim, não deixo de perscrutar o Futuro Sem-Muro,
ele é uma incógnita,
o actual Futuro Inseguro de 1999 em diante,
e o que seria de mim, Matusalém,
se não tivesse o ópio dos oráculos
do final do Milênio a ajudar-me a enfrentar o porvir
e a buscar cada vez mais uma distração
para a minha vida agitada
aqui nesta Terra Brasil Azulinda;

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