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terça-feira, 28 de setembro de 2010

ODISSÉIA MARIA INTELECTUAL SERTANEJA DO FINAL DO SÉCULO XX – 1998 / 1999

ODISSÉIA MARIA INTELECTUAL SERTANEJA DO FINAL DO SÉCULO XX – 1998 / 1999

NEUZA MACHADO

TERCEIRO CANTO - 1


... mas, quomodo ia contando,
sou Odisséia Maria
Intelectual Sertaneja,
uma hétero-descendente de Bravos Caçadores Mui Machos de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas e Gatas do Mato
e de Mineiras Matronas Cozinheiras Mui Fêmeas,
Caçadoras também de Onços Pintados e Jaguatiricos Noturnos e Gatos do Mato,
Mineiras Cozinheiras Fagueiras
do Leste de Minas Gerais do Brasil Varonil,
uma Viajante Interiorizada
destes Annos Finais do Século XX,
deste final de noventa e oito, preste atenção!,
de terríveis azarações mui políticas, preste atenção!;
leitora amadora de Gabriel Garcia Márquez da Primitiva Macondo;

amante delirante de escritores hispânicos;
do uruguaio Juan Onetti de Santa Maria;
daquele divo escrivinhador que foi casado com a tia Júlia,
tia dele, prest’atenção!,
aquele escreveu sobre a Guerra de Canudos acontecida no Brasil,
sem ser brasileiro, sem ter vivenciado a tal Guerra,
o divo pós-moderno genial e bellíssimo Mario Vargas Llosa;
leitora de Jorge Luís Borges, o divino argentino;
e tantos outros divinos latinos mui lindos!;
eles, os latinos, me seduziram nesses anos todos,
ficcionalmente, press’tenção!,
quero dizer; incluindo aqueles escritores franceses
e brasileiros
e portugueses mui loucos dos anos 50 e 60 e 70;
eu, leitora e amante de escritores latinos
começo hoje uma insólita e incrível Viagem,
neste 12 de Dezembro de 1998,
sabendo sempre pitonisamente,
para viver um Singular Grande Amor Imaginário,
durante esta minha epo-viagem do Final de 1998,
replecta de ficção e lirismo,
será necessário, antes de tudo,
sagrar-me Odisséia Maria Guerreira Brasileira,
a enfrentar os moinhos de vento do Reino do Ão
e dos Reinos dos Ões,
amar o divino Vinícius,
o divino Cervantes
e o divino Camões,
perscrutando minha mente favorecida,
graças aos favores daqueles deuses de Hammurabi
Sétimo Rei de Babilônia,
os quais na hora do meu nascimento
pronunciaram com muito muitíssimo respeito o meu nome,
benfazejamente, é claro!,
perscrutando meu sólido coração cinquentão
ainda aberto para o telúrico amor,
perscrutando minha realidade terceiromundista avassaladora,
realidade deste Final de Século XX Guerreiro;
por tais motivas reais
totalmente avassalada,
desestruturada,
massificada,
desequilibrada,
lá vou eu, Circe Irinéia dos Anjos Guerreiros Antigos,
neste 12 de Dezembro de 1998,
voando atrás de Ulysses da Silva Ponderoso,
querendo prender Ulysses em minha Ilha Mágica,
singrando estes Ficcionais Ares Poluídos
nunca dantes navegados por nenhum avião de carreira,
mas ansiosa por chegar a um aeroporto seguro,
sem poluição atmosférica
ou mesmo sem a poluição da mídia actual de 1998,
com a ajuda de Vênus
Maravilhosa Madrinha do Trabalho e do Amor Redentor
em Capricórnio;
e Mercúrio Carteiro Mensageiro dos Deuses Eternais
novamente direto em Sagitário,
neste dia memorável de 12 de Dezembro de 1998,
prest’ tençããão!,
quando inicio esta epo-ficcional-fantástica Viagem em meu próprio interior;
talvez, James Joyce, no início do século XX,
com o seu
Ulysses
volumoso,
em apenas um dia,
tenha feito uma caminhada mais agradável,
mas não sou James Joyce,
não sou Clarice Pernambucana Lispector,
não sou Murilo Mineiro Rubião,
não sou Roberto Belo Horizonte Drummond
e tantos outros Portentosos divinosos,
eles souberam narrar com criatividade
seus incríveis desencontros com a realidade caótica do Século XX,
e, óh!!!, coitadinha de mim!!!,
estou apenas tentando descrever aqui esta minha aérea viagem
já agora iniciada,
e seja o que Deus quiser!,
pois quomodo dizia o divo Machado Carioca Poeta e Narrador,
o que fica realmente da espécie humana
é a glória de ter vivido aqui nesta Terrinha Brasileira Azulinda;
por isto, retomando o fio de Ariadne Aranha da Teia Esburacada,
lá me vou à procura do Amor neste Final de Segundo Milênio,
lutando sem medo contra o deus da decadência existencial,
quomodo sempre fiz,
des aquel’outro dia memorável do início de minha vida,
há tantos e tantos e tantos anos atrás,
em Minas Gerais,
enfim, lutando para continuar Mulher,
querendo ser ainda bella na terceira idade;
seria bom ser bella quomodo estas sedutoras atrizes
das novelas das oito da Rede Globo de Televisão do Brasil Varonil,
ainda hoje, há mais de quarenta anos,
seduzindo seus parceiros de trabalho televisivo
com seus sensuais beijos e olhares langorosos,
belezas eternas,
esqueceram elas a passagem do tempo,
frequentando os especialistas da eterna juventude,
esses vendedores-doutores de ilusão,
privilegiados dos deuses actuais,
esses souberam compactuar
com aqueles diferentes anjos habitantes das sombras,
os anjos tortos do poeta mineiro Drummond,
conhecedores quomodo ninguém
de quomodo alegrar as mulheres do Final do Século XX;
por tudo isto, eis-me aqui,
Diana Athenas Caçadora de Ilusões,
neste 12 de dezembro de 1998,
preste atenção!, meu Irmão!,
relembrando Osíris Rolando Lero Amoroso,
aquele que numa tarde de novembro
me disse ser um enviado dos deuses eternais
e meu amador para sempre,
até à morte,
apesar de ser imortal
e tomar o chá dos imortais
na Academia Brasileira de Letras...

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