AS MENINAS DE LYGIA FAGUNDES TELLES - A PRESENÇA IMPERCEPTÍVEL DO NARRADOR OFICIAL - 10
NEUZA MACHADO
Retomando a narrativa As Meninas de Lygia Fagundes Telles, graças a essa habilidosa retirada de cena do narrador experiente (cf. Walter Benjamim) a escritora brasileira dos anos de 1960 pode nos passar com mais veracidade todos os acontecimentos da época, incontestavelmente, de tristes lembranças. Ela não se expôs enquanto cidadã e escritora reverenciada, suas personagens-narradoras se expuseram por ela e denunciaram, para a posteridade, o problema social que atingiu os brasileiros, naquele período, e cujas marcas ainda não foram devidamente extirpadas. Foi um ato de coragem da escritora Lygia Fagundes Telles, ato este que a coloca para sempre no mesmo plano de sua personagem Lião, a revolucionária. Assim, reafirmamos o já dito: a escritora, enquanto cidadã brasileira e participante de uma sociedade desconcertada, não faz acusações (e muito menos críticas explícitas) ao longo da narrativa, suas meninas e outros personagens (todos importantes) falam por ela, deixando suas angústias juvenis aflorarem espontaneamente. São elas (todas as personagens) que narram entrelaçadamente, e há momentos – característica das narrativas do final do século XX – que não se sabe exatamente quem está narrando. A presença quase imperceptível do narrador oficial, a insolidez da narrativa, gerada pelo comando das diversas vozes entrelaçadas, certamente confundiram a censura da época (o Censor da Ditadura) ainda não habituada com tais estratagemas da literatura ficcional.
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